Ex-prefeito de Jaciara é denunciado no MPE

O secretário de Fazenda, Gestão e Controle da Prefeitura Municipal de Jaciara, Leopoldo Mendonça, ingressou com ação no Ministério Público contra o ex-prefeito Valdizete Nogueira (PPS) por improbidade administrativa. Acusa o socialista de deixar R$ 12 milhões de restos a pagar.

Segundo Mendonça, o débito irá comprometer o orçamento do município durante todo o ano. A arrecadação mensal de Jaciara é de R$ 1,3 milhão. "Ele (Valdizete) não pagou os fornecedores e deixou de pagar os salários de novembro e dezembro. Não pagou a Rede Cemat desde maio do ano passado. Já temos dívida de R$ 12 milhões", reclama.

Mendonça garante que durante a administração anterior, o ex-prefeito reteve o INSS e a previdência dos servidores. "Ele descontou da folha, mas não pagou ao município. Isso resulta em bloqueios de verbas federais". Na auditoria realizada, o secretário garante ter encontrado irregularidades. Em 29 de setembro do ano passado, durante o encerramento da campanha eleitoral, o prefeito teria contratado o grupo musical Detonautas para um show na cidade. "O prefeito pagou R$ 33 mil com cheque da Prefeitura. Apesar de estar nominal a outra empresa, o cheque foi depositado na conta de uma produtora de Cuiabá". O contato teria sido feito pelo chefe de gabinete do prefeito, Fábio Gardin. "Na conta de celular dele constam três ligações para a dona da produtora". Outro problema apontado é que o prefeito deixou de pagar os salários de novembro e dezembro das 39 agentes comunitárias de Saúde. "Vieram R$ 9,360 mil por mês, mas elas não receberam. Provavelmente deu outro fim à verba, o que é ilegal". Mendonça assinala que apesar de ter conseguido implementar melhorias no município, o ex-prefeito deixou a conta para a nova gestão do liberal Max Russi. "A prioridade é o salário. Pagamos novembro, janeiro e fevereiro. Dezembro será pago no final do mês ou em abril". Fornecedores receberá após resolver a questão salarial.

Outro lado - O ex-prefeito Valdizete Nogueira, ex-diretor do Instituto de Terras do Estado (Intermat) no governo Dante de Oliveira, nega as acusações.