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Sarney diz que preferia ter "cortado a mão" a assinar o Plano Cruzado 2
O senador José Sarney (PMDB-AP) disse nesta sexta-feira que se arrepende especialmente de um ato à frente da Presidência da República (1985-1990): a edição do plano econômico Cruzado 2. "Preferia ter cortado uma mão do que assinar", disse ele.
A declaração foi feita durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que vai ao ar às 22h30 desta segunda-feira.
"Foi um erro que nos custou muito caro", disse Sarney, que assumiu a presidência com a morte de Tancredo Neves, eleito por um colégio eleitoral em 1984 e que nem sequer chegou a assumir o cargo.
O Plano Cruzado 2, editado pouco depois das eleições de 1986, liberou os preços de produtos e serviços, autorizou que os aluguéis fossem negociados entre inquilinos e proprietários e mudou o cálculo da inflação, que passou a ser medida com base nos gastos das famílias com renda até cinco salários mínimos.
Além disso, houve aumento de impostos sobre produtos como bebidas, combustíveis, cigarros e perfumes. "Aumentamos o imposto das coisas que acreditávamos que só os ricos consumiam. Houve um quebra-quebra no país inteiro", afirmou Sarney.
Num único dia, pouco após a edição do plano, os brasileiros tiveram de encarar aumentos de 100% para as bebidas, por exemplo. Os carros subiram 80%, enquanto os combustíveis, 60,16%.
Antes do Cruzado 2, o País vinha da experiência do Plano Cruzado, que congelou preços e aumentou o poder aquisitivo da população por meio do mecanismo que ficou conhecido como "gatilho salarial" (reposição automática dos índices inflacionários, que em 1985 bateram em 225% anuais).
O congelamento de preços provocou euforia na população, e foi mantido até a eleição. O PMDB, partido do presidente, fez 21 dos 26 governadores. Pouco depois, porém, a lua-de-mel acabou.
Com o Cruzado 2, a inflação subiu a níveis estratosféricos, e o País foi obrigado a decretar moratória (deixar de pagar os juros da dívida externa).
Além disso, ficou, para a história, a sensação de que o Plano Cruzado não passou de uma artimanha para obter um estrondoso sucesso eleitoral.
A declaração foi feita durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que vai ao ar às 22h30 desta segunda-feira.
"Foi um erro que nos custou muito caro", disse Sarney, que assumiu a presidência com a morte de Tancredo Neves, eleito por um colégio eleitoral em 1984 e que nem sequer chegou a assumir o cargo.
O Plano Cruzado 2, editado pouco depois das eleições de 1986, liberou os preços de produtos e serviços, autorizou que os aluguéis fossem negociados entre inquilinos e proprietários e mudou o cálculo da inflação, que passou a ser medida com base nos gastos das famílias com renda até cinco salários mínimos.
Além disso, houve aumento de impostos sobre produtos como bebidas, combustíveis, cigarros e perfumes. "Aumentamos o imposto das coisas que acreditávamos que só os ricos consumiam. Houve um quebra-quebra no país inteiro", afirmou Sarney.
Num único dia, pouco após a edição do plano, os brasileiros tiveram de encarar aumentos de 100% para as bebidas, por exemplo. Os carros subiram 80%, enquanto os combustíveis, 60,16%.
Antes do Cruzado 2, o País vinha da experiência do Plano Cruzado, que congelou preços e aumentou o poder aquisitivo da população por meio do mecanismo que ficou conhecido como "gatilho salarial" (reposição automática dos índices inflacionários, que em 1985 bateram em 225% anuais).
O congelamento de preços provocou euforia na população, e foi mantido até a eleição. O PMDB, partido do presidente, fez 21 dos 26 governadores. Pouco depois, porém, a lua-de-mel acabou.
Com o Cruzado 2, a inflação subiu a níveis estratosféricos, e o País foi obrigado a decretar moratória (deixar de pagar os juros da dívida externa).
Além disso, ficou, para a história, a sensação de que o Plano Cruzado não passou de uma artimanha para obter um estrondoso sucesso eleitoral.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/353122/visualizar/
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