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Economia
Sábado - 12 de Março de 2005 às 22:24
Por: MARCONDES MACIEL

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As atividades de pesquisas e inovação não estão na cultura da grande maioria das empresas brasileiras. Ainda são poucos os empresários que compreendem que, num ambiente de competição global, onde são os produtos novos que abrem novos mercados, é necessário pesquisar e inovar com vistas ao mercado externo e para competir no próprio mercado interno.

Nesse sentido, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia está realizando ações para aproximar a pesquisa das empresas. “O governo Federal tem feito investimentos por meio de programas específicos, mas estamos ainda na fase embrionária, procurando avançar na área da pesquisa ”, explica a secretária Flávia Nogueira.

"Nós temos uma cultura de pouco investimento em inovação", completa a secretária.

Segundo ela, o governo do Estado já tem vários programas de investimento em pesquisas nas empresas, destinando atualmente 0,5% do seu orçamento para esta área. "Ainda precisamos melhorar muito, mas já temos uma sinergia entre o empresariado e os pesquisadores", avaliou o secretário adjunto, Adnauer Daltro.

A criação de uma cultura de valorização da inovação também foi ressaltada pelo coordenador do Prêmio Finep (Agência Brasileira de Inovação e Pesquisa), Deuci Elben de Castro. Ele aponta que, em relação a outros países, o Brasil ainda deixa muito a desejar em termos de inovação: apenas 31% das empresas investem na descoberta de novos produtos ou na melhoria de produtos já existentes.

"Há 20 anos a Coréia do Sul tinha uma taxa de desenvolvimento tecnológico bem abaixo da do Brasil e hoje ela está muito à frente em termos de inovação", compara ele, apontando que uma das causas dessa realidade é o fato da inovação tecnológica ser vista necessariamente como uma grande mudança ou descoberta de grandes proporções. "A inovação é simples. E é importante que a curiosidade científica seja estimulada desde cedo”, frisou.

PRÊMIO FINEP - Deuci de Castro participou esta semana, em Cuiabá, de um encontro para traçar estratégias de divulgação do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica e da própria inovação em si. Ele destacou a necessidade de sensibilizar principalmente o empresariado para que as inscrições de pesquisadores mato-grossenses no prêmio possam aumentar, já que no passado apenas 12 empresas do Estado participaram. "Precisamos primeiramente divulgar mais a nova Lei da Inovação para conseguirmos resultados mais expressivos, pois o nosso trabalho ainda é de formiguinha", ressalta.

O prêmio Finep foi criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) em 1998. Mato Grosso tem participado de todas as edições, sendo que a maior participação ocorreu em 2001, quando se inscreveram 23 interessados, entre empresas e instituições de pesquisa. No ano passado, 12 interessados se inscreveram e o projeto "Corimbatá", coordenado pelo professor Nicolau Priante, da UFMT, foi premiado em segundo lugar na região Centro-Oeste. O projeto, que é desenvolvido em parceria com a Cooperativa de Pescadores e Artesãos de Pai André e Bonsucesso, desenvolve soluções para o processamento de produtos regionais como peixes, frutas, bagaço de cana e outros, resultando em doces, húmus de minhoca, castanha de caju e frutas passas.

As frutas são desidratadas em um secador desenvolvido na UFMT e que consome 15 vezes menos energia que os secadores comuns. Já o húmus é produzido a partir do bagaço da cana, da cinza e de esterco de gado. "Esse projeto se encaixaria hoje melhor na categoria Tecnologia Social", comenta Castro, lembrando que no prêmio deste ano foram incluídas duas novas categorias: Tecnologia Social – que premiará projetos que envolvam comunidades carentes, gerando renda e estimulando o desenvolvimento da cidadania – e Inventor Inovador – que reconhecerá o esforço inovador de inventores individuais com um prêmio de mil dólares.




Fonte: Diário de Cuiabá

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