PFL apoia o PPS, mas avisa que pode lançar candidato ao Governo em 2006

“O PFL quer continuar junto com o PPS em Mato Grosso. Mas desde que seja bom para todos. Ser parceiro, mas beneficiando só alguns não interessa. Precisa ser bom para todo mundo”. Com esta frase o ex-governador e ex-prefeito de Várzea Grande, Jaime Campos, principal cacique do PFL mandou um duro recado ao governador Blairo Maggi de que é preciso avaliar bem a coligação e atender aos pedidos de todos os partidos que integram este arco de aliança para evitar fissuras difíceis de ser corrigidas dentro do governo.

Ao falar do PFL, que hoje tem a maior bancada na Assembléia Legislativa e o maior partido dentro do Estado, Jaime Campos disse que continua no arco de aliança, apoiando o governo Blairo Maggi. Mas foi claro ao afirmar que se for mantida a verticalização e se seu partido entender que deve lançar candidato, o PFL vai caminhar forte rumo ao Palácio Paiaugás.

Segundo Jaime Campos, seu objetivo no momento é fortalecer o PFL. “Faço política partidária, de grupo. O partido vai definir o que será feito em 2006. Minha ambição é fortalecer o partido. Não sei que cargo vou disputar. Farei aquilo que o partido me pedir”, diz.

Jaime ressalta que vem adotando um novo estilo de fazer política. “Estamos nos estruturando ainda mais, buscando na sociedade mato-grossense pessoas capacitadas para ingressar no PFL. Me coloco como soldado, não reivindico cargo. Com certeza o PFL vai sabe r escolher o que é melhor para o partido.

O ex-prefeito de Várzea Grande, no entanto ressalta que seu partido faz parte da base aliada e que o governador Blairo Maggi, PPS vai saber o que fazer com esta aliança. “Se houver verticalização e não houver composição com o PPS, automaticamente teremos um candidato próprio e o PFL saberá escolher nome adequado”, confirma, lembrando que pode ser Jonas Pinheiro, Celcita Pinheiro ou qualquer outro candidato.

Com relação ao PFL ter hoje a maior bancada estadual, Jaime Campos disse que se sente gratificado. “Isso é bom sinal. Se o partido fosse fraco ninguém filiaria. Estamos forte.”

Jaime não quis comentar muito o que foi discutido na reunião dos partidos aliados com o governador Blairo Maggi. Se limitou a afirmar apenas que o encontro foi para aparar arestas. “Às vezes é bom dialogar. É isso que estamos fazendo, até junto com o PT. Eventualmente podemos caminhar junto. Não temos problemas com ninguém”. O ex-governador explicou que no encontro um dos assuntos abordados foi com relação a cargos estaduais. “Muitas pessoas foram indicadas por um deputado e consta na lista de outros. Eu particularmente não entro nessa. Não faço este tipo de política, não é minha praia, mas existe a insatisfação que é preciso resolver”.

Segundo ele, algumas atitudes de forma isolada geram insatisfação, mas garante que os problemas estão sendo superados com diálogo. “Estamos procurando dar um novo dimensionamento e se tiver a boa vontade do governo tudo será resolvido. Do contrário vai chover no molhando”.

O ex-governador disse que é preciso haver correção de rotas para não prejudicar a coligação pois entende que a insatisfação gera prejuízo para a coligação. “É preciso fazer correções. O governo tem alguns desacertos. É preciso corrigir para que todos permaneçam unidos”, ressaltando que a critica é saudável na medida que é construtiva. “Se sempre falarmos amém não vamos ajudar ninguém. Temos amadurecimento para mostrar o que está errado e que pode melhorar na esfera estadual”, diz.