Crianças paraguaias exigem garantias para trabalhar nas ruas

Centenas de crianças e adolescentes que trabalham nas ruas de Assunção marcharam hoje por esta capital para exigir das autoridades emprego, garantias e o fim de um programa ministerial contra a mendicidade infantil. Com cartazes e os rostos pintados, uma caravana de menores partiu de uma praça cêntrica e foi até a sede da Secretaria da Infância e a Adolescência e o Ministério da Defesa, onde os manifestantes representaram uma obra teatral antimilitarista.

Purita Zayas, da Coordenadora Nacional de Meninos, Meninas e Adolescentes Trabalhadores (Connats), disse que a saída das Forças Armadas às ruas para apoiar a polícia nos trabalhos de segurança pelo aumento da sensação de insegurança não é a decisão mais adequada do chefe de Estado, Nicanor Duarte, para resolver esse problema. "Não achamos que eles (os militares) têm que ser as pessoas que solucionam os problemas sociais. Faltam políticas públicas que realmente favoreçam o povo, que garanta, por exemplo, qualidade gratuidade na educação", ressaltou Zayas, de 17 anos.

A jovem, que ganha a vida vendendo milho em um mercado de Assunção, advertiu que a retirada dos menores das ruas para albergues só causou "medo e pânico".