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Internacional
Quarta - 09 de Março de 2005 às 23:45

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Jericó - Comandantes dos serviços de segurança israelenses e palestinos mantiveram duas reuniões nesta quarta-feira, mas não conseguiram chegar a um acordo sobre a entrega do controle sobre a cidade cisjordaniana de Jericó à Autoridade Nacional Palestina (ANP). O persistente impasse, que ameaça prejudicar um acordo de trégua acertado em 8 de fevereiro, concentra-se na amplitude do recuo militar israelense e na negociação pela retirada do principal posto de checagem estabelecido por Israel em Jericó, situado na entrada da cidade.

Com o envio de um novo enviado especial à região, um funcionário americano levantou a possibilidade de os Estados Unidos interferirem ativamente para que o impasse seja superado. Os planos de repasse da autoridade sobre as cidades de Jericó e Tulkarem, ambas na Cisjordânia, foram anunciados nesta terça depois de uma reunião entre o ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, e o presidente da ANP, Mahmoud Abbas.

Nesta quarta-feira, comandantes dos serviços de segurança dos dois lados reuniram-se durante apenas 20 minutos para acertar os detalhes da retirada de Jericó. Ismail Jaber, o comandante palestino, disse que o impasse as negociações persistiriam. Um segundo encontro realizado durante noite, pelo horário local, também terminou sem acordo.

As forças israelenses têm operado pouco em Jericó e Tulkarem nos últimos meses. Os palestinos querem que os arredores das duas cidades sejam incluídos na transferência de autoridade, mas Israel recusa-se a desmantelar os postos militares estabelecidos na periferia delas. "Aparentemente, o lado israelense não dispõe de autorização expressa dos líderes políticos para remover todos os postos de checagem", comentou Jaber.

Segundo fontes, um dos motivos da recusa de Israel em desmantelar os postos de checagem de Jericó é a existência de um cassino na cidade. Como o jogo é proibido no Estado judeu, muitos israelenses viajavam a Jericó para apostar. O cassino está fechado desde o fim de 2000, mas o Exército teme que o local seja reaberto e volte a atrair os jogadores israelenses. O experiente negociador palestino Saeb Erekat assegurou que não existem planos de reabertura do cassino e que a principal preocupação palestina é permitir que seus cidadãos possam circular livremente e reaqueçam a economia da região.

Demonstrando impaciência durante uma reunião de gabinete, o primeiro-ministro da ANP, Ahmed Qureia, responsabilizou Israel pela demora na implementação dos pontos acertados há um mês no Egito. Por sua vez, o grupo islâmico Hamas, que tem obedecido à trégua apesar de não ter aderido formalmente a ela, acusou Israel de "fugir" das condições acertadas para a restauração da calma. "Eles se colocarão numa encruzilhada e serão totalmente responsáveis pelas conseqüências", alertou o grupo por meio de um comunicado divulgado na Faixa de Gaza.





Fonte: AE - AP

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