Lula participa no Rio de batismo do quarto submarino construído no Brasil

Rio - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou hoje, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, da solenidade de batismo e lançamento ao mar do submarino Tikuna, o quarto construído no Brasil. Em sua mensagem, lida por um oficial da Marinha, o presidente Lula disse que se sentia orgulhoso pelo Brasil e pela Marinha pelo lançamento do mais avançado submarino já construído no país.

Na opinião do presidente, a indústria naval brasileira encontra-se em notável processo de recuperação e tem hoje todas as condições de fabricar as embarcações de que o país necessita, além de gerar emprego e renda e contribuir cada vez mais para o desenvolvimento nacional. De acordo com o presidente, "o governo está apoiando esse processo por meio do financiamento público de projetos voltados para o aprimoramento da infra-estrutura nacional e da busca de novas parcerias com a iniciativa privada".

Segundo Lula, o nível tecnológico atingido pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro confere credibilidade e estatura ao poder naval brasileiro. "Ampliamos não só a nossa capacidade de assegurar a defesa nacional e a projeção dos interesses brasileiros no concerto das nações, mas também os instrumentos para fazer valer nossos direitos na Amazônia Azul", disse ele, referindo-se à plataforma continental na região amazônica, de cerca de 4,5 quilômetros quadrados, que será patrulhado pelo novo submarino. Lula destacou o êxito no desenvolvimento do projeto, que coloca não só a Marinha, mas também o Brasil, "num elevado patamar de respeito e admiração mundial".

O Tikuna, que começou a ser construído em 1996, gerou cerca de 2,1 mil empregos diretos e indiretos, utilizando mão-de-obra terceirizada e do Arsenal de Marinha. Segundo a assessoria de imprensa do Arsenal de Marinha, o submarino só estará pronto para operar em dezembro.

Entre os países do Hemisfério Sul que têm capacidade tecnológica para construir submarinos, somente o Brasil mantém um programa em andamento. A tecnologia foi adquirida nos últimos 26 anos. No mundo, apenas 15 nações detêm essa tecnologia. O Tikuna é uma obra adaptada do projeto alemão IKL-209, com diversas inovações tecnológicas concebidas por engenheiros brasileiros, especialmente a geração de energia, o sistema de direção de tiro e nos sensores. Além do Tikuna, foram construídos no Brasil os submarinos Tamoio, Timbira e Tapajós.

Na cerimônia, o presidente recebeu de um dos soldadores que trabalharam na construção do Tikuna uma réplica da âncora do submarino e, em seguida, participou de coquetel oferecido pelo Arsenal de Marinha. Lula fez depois uma visita de cerca de 20 minutos ao interior do novo submarino, acompanhado pela primeira-dama Marisa Letícia. Eles foram presenteados com bonés do Arsenal e, em seguida, embarcaram de volta a Brasília.

Também acompanharam o presidente na solenidade de lançamento do Tikuna o ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar, e o comandante da Marinha, Roberto de Guimarães Carvalho.