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Repórter News - reporternews.com.br
Esportes
Quarta - 09 de Março de 2005 às 10:20

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Um dos principais jogadores do Cianorte, que nesta quarta-feira enfrenta o Corinthians, em Maringá, pela segunda fase da Copa do Brasil não sabe ler, nem escrever.

Natural de Canhotinho, interior de Pernambuco, o atacante Valdiran, de 22 anos, superou muitas barreiras para tornar-se jogador profissional. Com nove anos, ele perdeu a mãe. Logo depois, viu o pai abandoná-lo ao lado de três irmãs para ir morar com outra mulher.

"Eu sinto falta dos estudos, mas sinto falta mesmo é da minha mãe", explica o atacante.

Longe do pai e sem a presença da mãe, o jogador passou a ser criado por uma tia, Lourdes, que com os R$ 260 que ganhava de aposentadoria sustentava três filhos, além de Valdiran e as irmãs.

"Minha infância foi um pouco complicada. Passei muita dificuldade", afirma o jogador.

Indicado por um amigo, o atacante começou a jogar futebol aos 16 anos, no CRB de Maceió. Passou por Mirassol, Joseense, Anápolis e Belenenses, de Portugal. "Joguei contra o Porto, o Benfica e fiz cinco gols no campeonato", conta o pernambucano.

Na equipe portuguesa, Valdiran recebia 5,5 mil euros (R$ 20,9 mil). Ficava apenas com parte do dinheiro. A outra parte era dividida entre o pai (de quem ele não guarda mágoas) e a tia Lourdes (a quem considera uma segunda mãe).

"Pai é pai, né? Foi ele que me colocou no mundo. Hoje ele está torcendo por mim", justifica o jogador.

Valdiran está no Cianorte desde o início do ano. A diretoria pretende contratar um professor particular se continuar no clube até o final do ano, mas seu sucesso no Campeonato Paranaense e na Copa do Brasil pode inviabilizar o projeto. Ele despertou interesse de outros clubes.

"Se ele fosse uma pessoa alfabetizada, jogaria em qualquer time brasileiro. Não existe zagueiro capaz de segurá-lo na corrida", afirma Humberto Santos, diretor de esportes do Cianorte.





Fonte: 24 Horas News

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