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Economia
Quarta - 09 de Março de 2005 às 08:20

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O terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para a safra brasileira de milho de 2004/05, divulgado nessa segunda-feira (07) apontou uma produção de 39,039 milhões de toneladas, um recuo de 7,5% se comparado ao volume total produzido em 2003/04, de 42,191 milhões de toneladas. O rendimento médio previsto é de 3.244 quilos por hectare, o que representa um recuo de 1,4% no comparativo com os 3.291 quilos por hectare registrados na safra 2003/04. No levantamento anterior (14/12/2004), a CONAB previa uma produção nacional de milho em 2004/05 de 43,147 milhões de ton.

A menor produção é atribuída ao atraso da colheita da safrinha em 2004, que provocou a retração dos preços ao produtor, como também à rentabilidade da soja no momento da decisão de plantio do milho. O Mato Grosso e o Paraná foram os Estados que lideraram a redução do uso da terra para o plantio da cultura em 10% e 8,6%, respectivamente, em relação à última safra.

A área plantada com milho em 2004/05 deve ficar em 12,296 milhões de hectares, um recuo de 4,1% se comparado à área de 12,822 milhões de hectares cultivados na temporada 2003/04.

Para o milho 1. safra, a CONAB projeta uma área cultivada em 2004/05 de 9,194 milhões de hectares, um recuo de 2,9% se comparado à área de 9,465 milhões de hectares cultivados na temporada 2003/04. Em termos de produção, a CONAB prevê um volume de 29,318 milhões de ton, um recuo de 7,3% com relação a temporada 2003/04, quando a primeira safra atingiu 31,617 milhões de toneladas. O rendimento caiu principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul e da Bahia, em 36,3% e 11,2%, respectivamente, em razão da escassez de chuvas.

Para o milho 2a safra, ou safrinha, a Conab projetou área de 3,101 milhões de hectares, redução de 7,6% no comparativo com a temporada 2003/04 quando a área ficou em 3,356 milhões de hectares. A produção prevista é de 9,721 milhões de toneladas, 8,1% inferior à de 10,574 milhões de ton de 2003/04.

O fraco desempenho da safra de verão foi observado em quase todas as regiões brasileiras, contudo destacam-se a diminuição da produção nos Estados do Rio Grande do Sul e da Bahia, de 38,2% e 23,7%, respectivamente, em decorrência de estiagens. No Centro-Oeste a redução foi de 11,3%, em função da diminuição da área plantada, principalmente, no Mato Grosso do Sul (18,0%) e Mato Grosso (10,0%). Problemas hídricos também causaram a quebra da safra nas regiões do oeste do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Quanto à segunda safra, a redução de área é decorrente dos baixos preços do produto e atraso no plantio, devido as estiagens verificadas no oeste do Paraná e sul do Mato Grosso do Sul. Estes fatores, aliado à quebra da safra de verão, devem fazer o preço do milho reagir após o pico da colheita, mais precisamente nos meses de maio e junho. A expectativa de menores estoques finais para a safra 2004/05 também é um sinal positivo para a reação das cotações.

Conforme técnicos da CONAB, as últimas informações da Bolsa de Chicago demonstram uma certa tendência de recuperação das cotações internacionais pelos problemas climáticos observados no Sul do Brasil e na Argentina. Mesmo com a superprodução norte-americana, a demanda interna por milho para atender ao programa de bioenergia não permitirá elevação significativa da oferta do produto para o suprimento mundial, proporcionando oportunidades no mercado externo para a produção nacional, avaliou o levantamento.





Fonte: Agência Safras

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