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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 05 de Março de 2005 às 16:33
Por: Mohamad Shivafar

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O Irã anunciou hoje que está otimista com relação ao resultado das negociações com a Europa sobre suas atividades nucleares, mas advertiu que abandonará o diálogo "imediatamente" se a questão nuclear for apresentada ao Conselho de Segurança da ONU.

O secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional iraniano, Hassan Rohani, insistiu em que seu país nunca aceitará um congelamento permanente do enriquecimento de urânio para fins pacíficos.

Numa conferência sobre tecnologia militar inaugurada neste sábado na capital iraniana, Rohani advertiu que um eventual fracasso das conversações que Teerã mantém com França, Alemanha e Reino Unido prejudicaria a segurança de toda a região.

No entanto, mostrou-se confiante que "a Europa tratará o assunto com sensatez", e disse que seu país "está otimista com relação ao resultado das negociações".

"Se os Estados Unidos não prosseguirem com suas pressões, esperamos alcançar rapidamente um acordo com os europeus, porque achamos que não querem nos privar de nosso direito de utilizar tecnologia nuclear para fins pacíficos", enfatizou Rohani.

O secretário-geral considerou que o êxito das negociações do regime islâmico do Irã com os três países europeus "servirá aos interesses da região e de todo o mundo".

"Mas se fracassarem, e o assunto for enviado ao Conselho de Segurança (da ONU), a segurança da região enfrentará um problema e os EUA serão mais prejudicados do que outros (países) devido à sua presença em nossa vizinhança", insistiu.

Também reiterou que o Irã ofereceu várias garantias aos europeus de que não produzirá de armamento nuclear e assegurou que seu país tem muitos mecanismos para garantir isto e eliminar a inquietação.

Os três países europeus que estão em negociação com Teerã esperam conseguir que o Irã congele, permanentemente, o enriquecimento de urânio, em troca de incentivos políticos e econômicos.

Os Estados Unidos acusam o regime iraniano de tentar conseguir armamento nuclear e o presidente americano, George W. Bush, disse várias vezes nas últimas semanas que não descarta "nenhuma opção" com relação ao Irã, em referência a um eventual uso da força.

Nas últimas semanas, várias fontes da imprensa americana informaram sobre incursões de aviões não tripulados do Pentágono em território iraniano, numa tentativa de obter informação sobre os centros nucleares do país.

No entanto, Bush analisou na quinta-feira, com sua secretária de Estado, Condoleezza Rice, o apoio à proposta européia de oferecer incentivos econômicos para que o Irã abandone seus supostos programas de desenvolvimento atômico.

"Os Estados Unidos se comportam com histeria e querem converter o assunto nuclear iraniano em uma crise e em uma questão de segurança internacional, em um momento em que muitos países do mundo estão preocupados com a política autoritária americana", disse Rohani.

Rohani reiterou ainda que seu país "atua para solucionar o caso e alcançar um acordo com a Europa, mediante as vias legais e no âmbito das leis e dos convênios internacionais, assim como através da cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica"(AIEA).

As declarações de Rohani são feitas dois dias depois da Junta da AIEA pedir ao Irã que seja mais transparente, após o subdiretor da instituição, Pierre Goldschmidt, informar, na terça-feira, que Teerã negou um novo acesso dos inspetores ao complexo militar de Parchin, nos arredores da capital.





Fonte: EFE

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