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Internacional
Sábado - 05 de Março de 2005 às 13:07

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O porta-voz do Sinn Fein, Mitchel McLaughlin, disse neste sábado que o único pilar do processo de paz norte-irlandês que continua de pé é o cessar-fogo decretado por seu braço armado, o Exército Republicano Irlandês (IRA), em 1997.

O dirigente nacionalista fez essas declarações durante um discurso na conferência anual de seu partido, que serviu como preâmbulo para um debate sobre a posição do Sinn Fein em relação ao processo no Ulster.

"A crise do processo de paz é real (...) Não há diálogo, não há processo, não há contatos, só há uma agenda de segurança que visa a conter os avanços eleitorais do Sinn Fein", disse McLaughlin.

Na sua opinião, a postura dos governos britânico e irlandês e das forças de segurança da ilha em relação ao partido, ao qual acusam de estar envolvido em atividades criminosas, é "oportunista, cínica e inaceitável".

Com as informações das polícias de Ulster e Irlanda, Londres e Dublin acusaram o Sinn Fein e o IRA do roubo cometido em dezembro em um banco de Belfast, ação que questiona o cessar-fogo decretado pelo grupo terrorista em 1997.

A pressão exercida pelos dois governos e pela comunidade católica de Belfast também forçou a formação republicana a suspender sete membros devido a sua suposta relação com o brutal assassinato do norte-irlandês Robert McCartney, atribuído ao IRA.

Essa ação colocou uma parte dos nacionalistas do Ulster contra o IRA e o Sinn Fein, um fato sem precedentes que contribuíu para acentuar a crise do partido, a pior desde a assinatura do acordo da Sexta-feira Santa (1998).

"Os dois governos enviaram o processo de paz para a geladeira para concentrar-se em parar o avanço do Sinn Fein", disse Mclaughlin, ao mesmo tempo em que reafirmou o compromisso da formação em encontrar uma solução negociada para a atual crise.

O processo de paz está em um ponto morto depois que os partidos não conseguiram chegar a um acordo, em dezembro, sobre como superar os obstáculos para permitir o restabelecimento da autonomia da província.

A autonomia está suspensa desde 2002 por causa de um suposto caso de espionagem do IRA em Stormont, sede da Assembléia autônoma.





Fonte: EFE

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