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Cultura
Sexta - 04 de Março de 2005 às 11:50

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"Sem pedir licença muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar. Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá, o fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim...” Toquinho

O Projeto Vozes e Música na Dança da Vida, realizado pela Associação de Mulheres de Negócios e Profissionais - BPW Cuiabá, será lançado neste sábado (5 de março), às 9 horas no bairro Primeiro de Março, no auditório da Associação Obras Sociais Wantuil de Freitas. Ele propõe ações sócio-educativas, artísticas, culturais e econômicas, em bairros considerados desnivelados na pirâmide social. Seu foco será direcionado, neste primeiro momento, para crianças e adolescentes carentes, de ambos os sexos, na faixa etária de 2 a 16 anos, contemplando a formação de dois grupos de flautistas; 3 quartetos de cordas; incluindo viola de cocho, que faz parte das tradições culturais de Cuiabá; um grupo de percussão; coral de 100 vozes; dois grupos de ballet clássico e moderno; um grupo de teatro e um grupo de literatura, priorizando-se a poesia.

Esta iniciativa tem desdobramentos para atender as mães chefes de famílias, através de oficinas artesanais com design competitivo, principalmente confeccionados através de materiais reciclados e de cursos focados no empreendedorismo, aproveitando outro projeto da organização. Visa ainda a complementação alimentar e a educação profissional de jovens, que a princípio serão construtores de viola de cocho, cuja comercialização será revertida ao próprio projeto.

Foi implantado como piloto, como o nome de “Vozes & Flautas na Dança da Vida”, nos bairros Santa Laura em – 2003 e no Jardim Vitória em 2004, para contribuir com a sobrevivência da orquestra de flautas que estava fadada a ser extinta por falta de patrocínio, sem lugar para ensaios e sem poder pagar professores e ampliar bolsas escola para monitores.

O Instituto Flautas Mágica, responsável pela orquestra procurou pela ONG Feminina, na época, sensibilizando a presidente Sueli Batista, que conseguiu solucionar o problema numa articulação, que envolveu uma grande parceria entre a TV Cidade-SBT e Farmácia Nossa Senhora de Fátima. Depois de um ano, a orquestra se recuperou e caminha com os próprios pés, não necessitando mais da parceria, utilizando a inovação apresentada pela BPW para sua ampliação, com coral e grupo de ballet, inclusive com as mesmas professoras.

A Associação Obras Sociais Wantuil de Freitas, foi escolhida neste ano para receber o benefício do projeto da BPW porque tem um trabalho de referência junto a comunidade. Devido seu ponto estratégico, atende outros 10 bairros, inclusive o Jardim Vitória. Nesta nova fase, portanto, com mais maturidade e experiências bem sucedidas, sua atuação, está sendo ampliada, tanto em nível de atendimentos, diretos, de 100 para 230 crianças, quanto nas ações que serão realizadas.

A presidente da BPW Cuiabá, jornalista Sueli Batista, idealizadora do projeto disse que restam 10 anos de prazo, para finalmente mensurar o resultado de um compromisso firmado em Nova Iorque, no ano 2000, com o endosso da ONU e de mais de 190 países, inclusive o Brasil, para que, por meio deste pacto global fossem concentrados esforços para a diminuição da pobreza e das desigualdades sociais em nível mundial e que através do projeto Vozes & Música na Dança da Vida, a organização atenderá quatro das oito metas propostas no Pacto do Milênio.

Sueli disse que está ampliando as parcerias, pois atualmente conta com o patrocínio da TV Cidade-SBT e Farmácia Nossa Senhora de Fátima e apoio da Água Mineral Puríssima. Outras empresas e instituições estão sendo contactadas e com isto será possível contribuir ainda neste primeiro semestre com a educação integral de crianças e adolescentes; redução da criminalidade, prostituição infanto-juvenil e o emprego informal; melhorar a renda e a auto-estima das mães chefes de famílias, complementar a alimentação das crianças e adolescentes que estudam em tempo integral.

A organização feminina espera, também, contribuir para a erradicação da extrema pobreza e a fome; o acesso ao ensino básico universal; a promoção da igualdade de gênero e o incentivo a qualidade de vida. “Isto é uma realidade possível”, disse Sueli, destacando que é preciso seriedade, quando se atua no campo da responsabilidade social. Os facilitadores do projeto, na sua fase inicial já estão contratados e todos têm comprovados trabalhos no campo cultural e inclusive atuações no âmbito social.

INSTRUMENTOS DE SOPRO - Marília Cortez

Bacharel em Serviço Social pela Faculdade Católica de Campo Grande/MS, graduada em Educação Artística – Habilitação em música pela Universidade Federal de Mato Grosso; Estudou saxofone e flauta transversal na Universidade Livre de Música São Paulo-ULM. É educadora musical desde 1999, junto a escolas públicas de periferia de Cuiabá. É fundadora e regente do Projeto da Orquestra Infanto Juvenil de Flautas Doce- Pizindim. Ministra aulas de flauta doce e transversal no Colégio Máster e no Conservatório Musical Dunga Rodrigues e Projeto Ciranda.

INSTRUMENTOS CORDAS – VIOLÃO E CAVAQUINHO

Carlos Orlando Monteiro, tem 20 anos de formação musical, destacando-se instrumentos de corda (violão, cavaquinho e baixo). Ministra aulas no Departamento de Cultura da Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT e já foi professor do Conservatório Musical Dunga Rodrigues.

INSTRUMENTO DE CORDA – VIOLA DE COCHO

Antonio João de Freitas, mato-grossense de Livramento, atua com música de raiz, é cururueiro desde a juventude. Pertence ao grupo Flor do Campo, do Coxipó. Já se apresentou em nível nacional, destacando-se o festival de Teresina-Piauí. Com incentivo da Secretaria de Estado de Cultura. Leciona viola de cocho na Casa Cuiabana

REGENTE DE CORAL - Liza Paro

Graduada em Educação Artística – Habilitação em Música, pela Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. É regente do Coral da Terceira Idade da UFMT desde 1999 e rege o coral da Escola Técnica- CEFET-MT e do coral Infantil da UFMT.

PROFESSORTA DE DANÇA

Verônica Weber, professora e bailarina com longas passagens internacionais. Com 15 anos aprimorou seus estudos de ballet clássico na Inglaterra, numa das mais importantes escolas do mundo. Retornando, ingressou no Ballet da Câmara de São Paulo e em seguida, foi para Europa e entrou numa conceituada escola de ballet, e passou a fazer parte do corpo de baile do Deutsh Oper Am Rhein, um teatro que abriga a terceira maior companhia de dança da Alemanha, sendo Verônica, uma dos 70 bailarinos, que representavam mais de 20 nacionalidades.

Dez anos mais tarde, torna-se a primeira bailarina do Ballet da cidade de Trier – Alemanha. Depois de voltar ao Brasil, morou em Curitiba e hoje em Cuiabá, onde montou o Ópera Ballet, que já conta com vários espetáculos na bagagem e que vem trabalhando ao lado da Royal Academy Of Dance. Verônica possui os mais graduados exames da entidade inglesa como professora e bailarina.

FACILITADORA DE ARTESANATO - Francisca Navarro

Artista plástica, conceituada, que tem se destacado na área de reciclagem. Em suas mãos o lixo vira artigo de luxo; simples sucatas tornam-se objetos de arte com design original, que já decorou ambientes da Casa Cor e de residências de chiques e famosos. Além disso, dedica-se à pintura de telas, há 12 anos, no estilo contemporâneo, focando principalmente sua arte pictórica ao tema natureza. Ela foi a grande vencedora, em dezembro, do concurso de “Árvore de Natal com Material Reciclado”, no projeto “Arte na Praça”, que aconteceu em Cuiabá.

Dentre as peças de Francisca Navarro, destacam-se em originalidade os abajures e lustres, feitos a partir de tampinhas de garrafa e lentes de óculos; o relógio, feito com disco de vinil, luminária de cano de PVC e filtro de óleo de caminhão e esculturas, utilizando papel mache a pedras de concreto celular. Acessórios femininos também ganham beleza e charme pelas mãos da artista.

SEGUNDA FASE

Para a segunda fase do projeto, que deverá ter início ainda neste semestre, os facilitadores estão sendo contatados, tendo a confirmação do Grupo Fúria, criado em 1998. Seu nome é uma referência à euforia: vontade de fazer, coragem, imaginação. Investindo em estudo, os integrantes do Fúria buscam uma linguagem particular para desenvolver o jogo cênico. O Grupo Fúria é premiado nacionalmente, foi um dos selecionados da 2a edição do prêmio Criação Teatral Volkswagen e foi também o primeiro de Mato Grosso a fazer parte do Palco Giratório, projeto do Sesc Nacional. Na turnê o grupo fez apresentações em 12 estados do país.

Foi contactado também o cururueiro Manoel Siverino de Moraes, mato-grossense, de 74 anos, para ser o facilitador de oficina de fabricação de viola de cocho. Os primeiros instrumentos do projeto foram produzidos especialmente por ele e já farão parte do cotidiano dos músicos mirins.





Fonte: Studio Press

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