Brasil assume Conselho de Segurança prometendo atenção à África
O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Sardenberg, apresentou hoje, quarta-feira, o programa de trabalho do Conselho de Segurança para este mês, em que de destacarão os debates para prorrogar o mandato da Missão de Observação na República Democrática do Congo (Monuc).
Em seu primeiro ato como presidente do Conselho de Segurança, Sardenberg leu hoje uma declaração institucional de repúdio ao assassinato, em 25 de fevereiro, de nove "'capacetes azuis' bengalis na República Democrática do Congo".
Os soldados, que estavam perto do campo de Kafe, no distrito de Ituri, eram de um batalhão que protegia a população congolesa nessa região de deslocados internos e foram mortos numa emboscada por um grupo de milicianos não identificados.
No comunicado, o Conselho de Segurança considera esta agressão um "ultraje inaceitável" e faz um apelo ao governo de transição para que faça tudo que for preciso para levar os responsáveis à Justiça.
O Conselho também pede ao governo que avance nas medidas para desmobilizar e desarmar as milícias e lembra aos países vizinhos que o Congo está sendo submetido a um embargo para o comércio de armas, cujo respeito é necessário.
Já na semana passada, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, lembrou que este ataque não fará a missão de paz da ONU no Congo desistir do cumprimento de seu mandato para assistir e impulsionar o processo de paz no país.
O Conselho de Segurança debaterá a situação da missão de observação em duas sessões convocadas para os próximas dias 17 e 29.
No final de mês, também expira o mandato da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (Unama), por isso o Conselho também será chamado para consultas em 22 e 24 de março para decidir sobre sua prorrogação.
Durante o mês de março, o Conselho de Segurança realizará vários debates abertos, um deles, no próximo 8 de março, dedicado ao conflito do Oriente Médio.
Na quarta-feira foi realizada em Londres uma importante conferência, da qual participou o Quarteto de Madri - grupo formado por ONU, União Européia, Estados Unidos e Rússia -, e que promove o chamado "Mapa do Caminho", o plano de paz para o conflito entre israelenses e palestinos.
Nesta conferência internacional de apoio à Autoridade Nacional Palestina (ANP), os 23 países presentes pediram aos dois lados do conflito que cumpram com suas obrigações estabelecidas no "Mapa do Caminho" e referendaram a liderança do presidente palestino, Mahmoud Abbas (Abu Mazen).
Além disso, os 23 países se mostraram de acordo com a anunciada retirada israelense de Gaza, que - disseram - deve ser "completa" e aplicada de acordo com as condições estabelecidas no "Mapa do Caminho".
Comentários