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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quarta - 02 de Março de 2005 às 17:33
Por: Ellis Regina

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Brasília - O procurador-geral da República Claudio Fonteles declarou que vai analisar até o final da próxima semana a representação criminal encaminhada ao Ministério Público contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Fonteles, a representação será encaminhada logo após o procurador decidir se pede ou não o repasse para a Justiça federal das investigações e julgamento do assassinato da missionária Dorothy Stang, ocorrido na cidade de Anapu (PA). "Não vou fazer fila. Não gosto de falar muito sobre cronologia, mas são dois casos pra gente meditar bastante, provavelmente, até o fim da semana que vem", disse.

A representação acusa o presidente de ter cometido crime de prevaricação por admitir a existência de corrupção em governos anteriores sem denunciá-las. O procurador não quis antecipar conclusões, mas afirmou que é fundamental não trabalhar com frases isoladas. "Tenho que pegar todo o contexto do discurso. Ler o discurso contextualizado e aí examiná-lo", explicou.

As declarações do presidente Lula foram feitas em discurso no Espírito Santo, na semana passada. Após visitar obras da Estação de Tratamento de Óleo Fazenda Alegre, da Petrobrás, Lula disse que, no início de seu governo, "um alto companheiro" teria lhe dito que "o processo de corrupção" em governos anteriores "tinha sido muito grande".

Segundo Fonteles, é preciso levar em consideração todo o contexto em que o discurso foi feito. "As pessoas, o que elas estão dizendo? A pessoa a diz: 'aqui tem tal coisa.' A pessoa b diz: 'aqui tem tal coisa'. A c diz: 'aqui tem tal coisa'. Então, elas próprias descontextualizam, ou puxam do contexto, ou pegam o contexto todo. Eu vou ter que pegar todo o contexto e aí responder a todas as observações feitas e dizer se algumas são procedentes, se não são e por quê".

Após fazer uma visita de cortesia ao presidente do Senado, Renan Calheiros, Fonteles lembrou que foi criado no Ministério Público há quinze dias uma coordenação de assuntos internacionais que estuda parcerias com outros países na área de investigação criminal. Já foram firmadas cartas de intenções com a Espanha e está em negociação parceria com as Ilhas Jersey, considerada um paraíso fiscal. "Isso significa que no momento da investigação criminal a gente vai poder enviar documentos e trocar informações".





Fonte: Agência Brasil

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