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Internacional
Quarta - 02 de Março de 2005 às 13:37
Por: Lin Noueihed

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Moradores da Síria entrevistados na quarta-feira disseram que os libaneses, atualmente envolvidos em protestos nos quais pedem a saída dos soldados sírios dali, estariam em guerra sem eles.

"Quem colocou fim à guerra no Líbano? A Síria. Se não fosse pela gente, eles ainda estariam lutando", afirmou Zouheir Hasan, um gari em Damasco. "Perdemos vários soldados ajudando os libaneses."

A Síria enviou seus militares para o Líbano no começo da guerra civil ali (1975-1990) a fim de impedir a derrota de milícias cristãs para os muçulmanos e palestinos, mas acabou se voltando contra os cristãos quando eles se aliaram a Israel, que invadiu Beirute em 1982.

O governo sírio ainda mantém cerca de 14 mil soldados no Líbano, mas depara-se com uma crescente pressão internacional para deixar de interferir nos rumos políticos do país vizinho.

Incomodados com as manifestações cada vez mais intensas contra os soldados estrangeiros, os sírios disseram acreditar que seus militares estavam protegendo o Líbano tanto de um conflito interno quanto de ataques de Israel ou dos EUA.

"Gostaria de lembrar nossos irmãos libaneses de que sacrificamos nossos soldados na guerra deles em 1982", disse um piloto da Força Aérea da Síria.

"Se os militares sírios saírem, Israel usará essa oportunidade para detonar uma nova crise no Líbano. É isso que os EUA desejam."

Duas semanas de grandes protestos obrigaram o governo libanês pró-Síria a renunciar, na segunda-feira. Mas as manifestações continuaram em Beirute, exigindo a saída das forças sírias.

Os sírios temem que esses protestos ajudem apenas os EUA a proteger os interesses de Israel.

"Esses protestos só atendem aos interesses dos EUA. Se a situação continuar sendo essa, os israelenses e os americanos vão se envolver quando a Síria já tiver aceitado partir", disse Rama, que trabalha para uma empresa de petróleo norte-americana na Síria.

O presidente sírio, Bashar Al Assad, disse à revista Time, em entrevista publicada na terça-feira, que as forças sírias podem deixar o território libanês nos próximos meses.





Fonte: Reuters

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