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Cultura
Quarta - 02 de Março de 2005 às 12:07

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Brasília - O primeiro canal público internacional do Estado brasileiro já tem definidos os critérios para a definição da grade de programação. No dia 24 de fevereiro, o Comitê Gestor encarregado de discutir o projeto de prestação de serviços televisivos para o exterior definiu o conteúdo que será veiculado em uma primeira etapa, voltada para o continente sul-americano. As transmissões devem ser iniciadas ainda este ano.

A programação dará destaque ao conteúdo jornalístico, com a produção de telejornais e exibição de documentários. Também comporão a grade programas culturais que tratarão de temas como a música e o cinema do Brasil e de outros países da América do Sul. Inicialmente, será formada uma grade de seis horas inéditas, sendo duas de conteúdo jornalístico e quatro de retransmissão de acervos de emissoras parceiras do setor público e privado.

Essa foi a primeira decisão do Comitê após a transmissão realizada no final de janeiro, em Porto Alegre, durante o 5º Fórum Social Mundial. A experiência da emissora-piloto vai contribuir para a montagem da equipe jornalística do canal, que produzirá em espanhol debates, entrevistas e um telejornal com notícias do Brasil e dos países da América do Sul. Para informar os brasileiros sobre os principais acontecimentos do país, será retransmitido, em português, o telejornal Repórter Nacional, produzido pela Radiobrás.

O canal nasce com o intuito de fortalecer o processo de integração do continente sul-americano, por meio da participação de emissoras públicas e privadas, produtoras e associações do Brasil e de outros países. Para tanto, o Comitê está preparando uma rodada de visitas a potenciais parceiros brasileiros e do exterior. Espera-se que, por meio do diálogo e da cooperação com os diversos setores da sociedade, surjam contribuições para a programação da futura emissora. As viagens ao exterior serão coordenadas pelo Itamaraty, que além de buscar parcerias, têm como objetivo negociar com operadoras a cabo a descida do sinal.

No Brasil, está em andamento uma parceria com o Ministério da Cultura, que desde 2003 acompanha o projeto por meio do secretário do Audiovisual, Orlando Senna. Está em negociação, também, a recuperação do acervo do extinto canal Cultura e Arte. Outro objetivo do Comitê é fortalecer a Associação Brasileira de Emissoras Públicas e Educativas (Abepec). Por intermédio de acordos de cooperação, o canal internacional poderá trabalhar, inicialmente, com o acervo das emissoras públicas, estimulando a produção de conteúdo. Co-produções estão previstas para uma segundo momento do projeto. Também é prioridade fomentar as produtoras independentes. O canal abrirá um espaço para a veiculação de conteúdos que, muitas vezes, ficam restritos à exibição em festivais. Por fim, parcerias com emissoras privadas poderão complementar a programação.

O Comitê Gestor, cuja função é operar o funcionamento editorial e administrativo do projeto de prestação de serviços de televisão para o exterior, foi criado por um decreto presidencial em setembro de 2004. Compõem esse grupo seis representantes dos três poderes da República: Radiobrás, Itamaraty e Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica (Secom), como também representantes do Executivo, do Legislativo, com as TVs Senado e Câmara, e do Judiciário, com a TV Justiça.





Fonte: Agência Brasil

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