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Economia
Quarta - 02 de Março de 2005 às 10:10
Por: JONAS DA SILVA

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A diplomacia boliviana, o poder público e a iniciativa privada do Brasil estreitam cada vez mais acordos e decisões para favorecer o comércio de produtos entre os dois países. Há duas décadas, por exemplo, se acelerou o debate sobre a implementação de um corredor para levar a produção agropecuária do Centro-Sul do Brasil, à área da Chiquitania da Bolívia e de países como Chile e Peru. San Mathias e San Ignacio de Velasco, cidades bolivianas do outro lado da fronteira com Mato Grosso, são rotas naturais para atingir esses mercados.

“A alternativa importante para o comércio é considerar a área da Chiquitania para buscar a troca e levar a produção para o Chile. A Bolívia é uma zona estratégica nesse plano, enquanto corredor bioceânico”, calcula o cônsul da Bolívia em Mato Grosso, Edmundo Rocca. “O Chile tem interesse em 2,7 mil toneladas de carne de Mato Grosso para abastecer seu mercado, um produto com exigência de qualidade, condição da carne brasileira”, afirma Edmundo.

Encaminhamento para aproximar o comércio de carne entre os dois países e outras atividades foi acionado em 2003, durante reunião em Cuiabá, quando foi acertado um estudo para viabilizar economicamente a instalação de um frigorífico coordenado pela Federación de Ganaderos de Santa Cruz de la Sierra (Fegasacruz) e a associação congênere de San Ignacio de Velasco (Agasiv).

A infra-estrutura para estimular esses mercados é parte das negociações das diplomacias e do setor privado. Edmundo relata que a alternativa para realçar o comércio entre o Brasil e a Bolívia, principalmente para a região da Chiquitania, está na pavimentação no país da rodovia Atlântico-Pacífico, em trecho que compreende Cáceres (MT) – San Mathias – San Ignacio – Concepcion, com cerca de 450 Km. Para executar o projeto, os governos brasileiro e boliviano teriam que investir cerca de US$ 600 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da CAF.

Alguns esteios de apoio para a integração da região central do Brasil com o litoral do Pacífico começam a ganhar interesse de autoridades, principalmente de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com finalidade de retirar os obstáculos do custo político para o segmento agropecuário, encarnados na deficiência da logística.

Em Mato Grosso do Sul, há uma alternativa de se chegar ao Pacífico pelo que a burocracia do Estado denominou de Corredor Bioceânico, um trecho entre Campo Grande e Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, a partir da BR-262, que se estende à fronteira do país vizinho, a partir de Corumbá (MS). O BNDES e a CAF têm investimento dirigido ao projeto, no valor de US$ 450 milhões. É a opção para sair da dificuldade de levar a produção do Centro-Oeste, que tem seu crescimento barrado devido à deficiência de logística para chegar aos portos exportadores do Atlântico, em São Paulo e no Paraná.

Animado com a implementação no curto prazo da integração de fato entre o Brasil e a Bolívia, via fronteira de Mato Grosso, o cônsul Edmundo Rocca diz que trabalha desde 1992 com lideranças da pecuária boliviana, por meio da Fegasacruz, nos projetos de ligação terrestre entre os dois povos, época quando era prefeito de San Ignácio. Em seus planos junto ao consulado estão também articulações para a construção de um aeroporto internacional na cidade.





Fonte: Secom - MT

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