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Economia
Terça - 01 de Março de 2005 às 12:09
Por: Elzis Carvalho

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O guaraná, há centenas de anos, foi domesticado e cultivado pelos índios, os primeiros habitantes da Amazônia. Portanto, a espécie nunca foi encontrada no estado silvestre. Acreditam os botânicos que mesmo aquelas plantas achadas em floresta densa, foram originadas de um cultivo indígena no passado.

Guaraná é um cipó lenhoso que, em área de floresta ou capoeira, cresce sobre as árvores atingindo até 10m de altura. Entretanto, quando cultivado em áreas abertas tem porte de arbusto em forma de moita crescendo no máximo até dois ou três metros de altura.

Seu cultivo data da época pré-colombiana quando era praticado por diversas tribos indígenas, entre as quais Maués e Andiras, localizadas no "baixo Amazonas".

O nome botânico do Guaraná, Paullinia cupana H.B.K. variedade sorbilis (Mart.) Ducke, originou-se da homenagem a C. F. Paullini, um botânico alemão que viveu no século XVIII.

A planta possui folhas compostas de cinco folíolos, as flores surgem em panículas amarelo-claro, nos meses mais secos do ano, com amadurecimento dos frutos dois ou três meses depois. Os frutos, quando maduros, apresentam a coloração vermelha e em menores proporções, alaranjadas e amarelas, abrindo-se parcialmente, deixando à mostra as sementes.

Quando maduro se abre parcialmente deixando aparecer uma a três sementes castanhas-escuras, com a metade inferior recoberta por um espesso arilo branco. Neste estágio deve ser feita a colheita dos frutos, para que as cápsulas (casca) não se abrem totalmente, evitando-se assim a queda das sementes.

A colheita é manual, retirando-se os frutos maduros (abertos) ou os cachos. Após a colheita, os frutos devem ser amontoados num galpão por dois a três dias, para uma leve fermentação. Em seguida, são despolpados, manualmente ou por meio de despolpadeiras, secados ao ar livres, secados ao ar livre ou com auxílio de secador solar.

Os grãos maiores são separados dos menores, utilizando-se peneiras, visando uniformizar a torração que deve ser processada, em seguida, preferencialmente em fornos de barro submetidos a fogo brando por quatro a cinco horas até atingir em torno de 9% de umidade. Temos, assim, o grão de guaraná torrado, conhecido como guaraná em rama.

O guaraná é comercializado, normalmente, em quatro formas diferentes.

O guaraná em rama, o grão torrado: é a forma mais utilizada pelos agricultores amazonenses, para a venda a cooperativas, indústrias ou intermediários.

O guaraná em bastão: depois de torrado, o grão é triturado, pilado e misturado com água, formando uma pasta, moldada em forma de bastão. Ocorre, então, um processo de panificação por defumação, que consolidará o formato comercial. Este processo é usado também para trabalhos em artesanato. É uma forma bastante usada pelos índios Satarê-Mawé e seus descendentes, sendo muito procurado por turistas.

Em forma de xaropes e essências para refrigerantes: é exclusiva de indústrias de considerável tecnologia e nível de capitalização.

Propriedades terapêuticas

Em 1946, o médico Othon Machado divulgou os seguintes resultados sobre as propriedades medicinais do guaraná: antitérmico, antineurálgico, antidiarréico, estimulante, analgésico e antigripal.

Estudos realizados em 1965 por Ritchei mostram que a teofilina, a teobromina e a cafeína atuam sobre o sistema cardiovascular, estimula o sistema nervoso central, os músculos lisos, o esquelético e rins. Além disso, favorece a concentração.

Usos

Bastões, inicialmente utilizados pelos índios, são ralados em grosa (Estado do Mato Grosso) ou na língua óssea do peixe denominado Pirarucu (Estado do Amazonas). O pó ralado é diluído em água com ou sem a adição de açúcar.Da massa usada para produzir o bastão, os índios Satarê-Mawé também usam-na para moldar pequenas figuras de animais, vendidas como artesanato.

O pó oriundo de sementes torradas e moídas é a forma mais disponível no mercado e pode ser misturado à água ou a sucos. Na Europa, o guaraná foi primeiro comercializado com uma planta medicinal Amazônica alternativa, e era (ainda permanece) vendido em lojas de produtos naturais. Alguns atribuem ao guaraná o efeito afrodisíaco, entretanto até o momento não existem evidências científicas que comprovem tal particularidade.




Fonte: Da Assessoria/AL

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