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Economia
Sábado - 26 de Fevereiro de 2005 às 16:10
Por: Nielmar de Oliveira

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Rio - A refinaria que a Petrobras pretende construir em parceria com a PDVSA (Petróleo da Venezuela) na região Nordeste e que exigirá investimentos de R$ 7,5 bilhões (cerca de US$ 2,5 bilhões) vai aumentar a capacidade do país de exportar gasolina, óleo combustível e nafta e reduzir as necessidades de importação de produtos como o GLP (gás de cozinha) e o diesel.

A construção da unidade começou a ser viabilizada durante a viagem do presidente Lula à Venezuela na semana passada. Foram assinados vários protocolos de intenção e acordos para exploração e produção de petróleo naquele país, inclusive o da unidade de refino no Nordeste - que vai processar cerca de 150 mil barris de petróleo pesado por dia, provenientes tanto dos campos do norte fluminense quanto da própria Venezuela.

Conseqüentemente, a unidade precisará de alta capacidade tecnológica que viabilize a melhora da produtividade de derivados mais nobres como o GLP, o diesel e a nafta (matéria prima utilizada na petroquímica), que hoje a Petrobras é obrigada a importar para complementar sua capacidade de atendimento à demanda interna por esses produtos.

A possibilidade da antecipação do início da construção da unidade no Nordeste - admitida pelo diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em face do crescente aumento do consumo interno de derivados - já levou a Petrobras a iniciar, juntamente com a PDVSA, a criação de uma comissão mista entre os dois países para agilizar a viabilização do projeto.

Caso se repita agora em 2005 a expansão de consumo verificado no ano passado, o início das obras de construção da nova unidade seria antecipado para 2007, com a entrada em operação ocorrendo em 2010.

"O ano de 2005 será chave para a tomada de decisão. No nosso planejamento estratégico levamos em conta um crescimento médio de consumo de 2,4% nos próximos anos. Como tivemos em 2004 um ano bastante agradável do ponto de vista do consumo, nós poderemos sim antecipar o cronograma da refinaria", admitiu o diretor.

A Refinaria do Nordeste deverá custar cerca de 40% a menos do que a Unidade Petroquímica Básica que a Petrobras construirá no Rio de Janeiro, provavelmente em parceria com o Grupo Ultra. A complexidade do projeto do norte fluminense, que também vai processar o petróleo pesado produzido na Bacia de Campos, exigirá investimentos superiores a R$ 10 bilhões (US$ 4 bilhões), segundo Paulo Roberto Costa.

Também com previsão de entrada em operação em 2010, a planta petroquímica do norte fluminense produzirá os mesmos 150 mil barris da refinaria nordestina. "A diferença de valores a serem investidos decorre da elevada sofisticação do processo tecnológico de fronteira a ser utilizado na Unidade Petroquímica Básica", informa a Petrobras.

Além dos planos para a construção das duas refinarias, a Petrobras planeja investir cerca de US$ 600 milhões na construção de uma fábrica de fertilizantes na região Centro-Oeste do país - que terá como matéria prima o gás natural transportado da Bolívia pelo gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). Com isso, a empresa aumentará o fornecimento ao mercado interno, hoje inferior a 50%.

Segundo o diretor Paulo Roberto Costa, a unidade estava prevista para entrar em operação somente em 2010, mas deve ser ativada em 2009. Com isso, o Brasil deve elevar para cerca de 70% o fornecimento do insumo ao mercado interno.

Atualmente, a Petrobras mantém em operação duas unidades de produção de fertilizantes no Brasil, uma na Bahia e outra em Sergipe, que atendem a região Nordeste e parte da demanda do Sudeste. "Com a nova unidade, deveremos aumentar esta produção em cerca de 20%", afirmou.

Faz parte ainda dos planos da estatal investir US$ 3,5 bilhões até 2009 em suas 11 refinarias no país para melhorar a qualidade dos derivados processados e adequá-los às novas exigências da Agência Nacional do Petróleo (ANP).





Fonte: Agência Brasil

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