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Nacional
Sexta - 25 de Fevereiro de 2005 às 15:14
Por: Saulo Moreno

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Brasília - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse nesta sexta-feira que os casos de suposta corrupção em governos anteriores de que falou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já foram denunciados pelo próprio Lula em 1998, quando ele era candidato à Presidência. Para o ministro, o sentido do discurso do presidente, ao falar sobre as informações relacionadas a supostas irregularidades em órgão do governo, foi o de frisar que ele agiu "em nome da governabilidade", para não "transformar uma questão de polícia numa questão política que pudesse incendiar o país".

Bastos disse também que as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão sendo distorcidas. Para ele, a hipótese aventada ontem pelo PSDB de propor impeachment para o presidente por "prevaricação" é "falta de assunto".

Segundo Márcio Thomaz Bastos, "ele disse que não queria partidarizar nem politizar uma questão em nome da governabilidade. Mas, dizer que o nosso governo não está cuidando da corrupção é pelo menos afrontar a realidade". O ministro falou durante a cerimônia de formatura da 10ª turma da Força Nacional de Segurança Pública, na Academia Nacional de Polícia, em Brasília.

Segundo Márcio Thomaz Bastos, o assunto é antigo e já teria sido denunciado pelo próprio presidente, ainda em 1998, quando ele era candidato à Presidência da República. O fato rendeu-lhe até um processo movido pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. A denúncia contra Lula teria sido feita à época pelo procurador geral da República, Geraldo Brindeiro.

De acordo com Thomaz Bastos, o caso citado pelo presidente está sendo investigado pela Polícia Federal no Rio de Janeiro. Segundo o ministro, apesar de ter conhecimento sobre a questão, Lula não fez denúncias quando assumiu o governo "porque o presidente tem uma noção exata dos papéis que ele representa, da importância da sua condição de estadista e das suas responsabilidades com a governabilidade. Não cabe a ele investigar corrupção, mas à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal, às CPIs e ao Tribunal de Contas".

Sobre a hipótese de se criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o tema, o ministro respondeu: "CPI para investigar as privatizações do governo Fernando Henrique, pode ser". "O presidente não pediu nada. Ele disse que, em nome do bem do país, não queria politizar nem partidarizar aquela questão. Mas o caso está sendo investigado, foi discutido fartamente, houve grampos ilegais que desnudaram alguns aspectos mais sombrios das privatizações. O presidente não fez nada que pudesse ser imputado como ato ilegal ou do mal. O que ele fez foi dizer, com a sinceridade que o caracteriza, que, em nome da governabilidade, ele não quis transformar uma questão de polícia numa questão política que pudesse incendiar o país", concluiu.





Fonte: Agência Brasil

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