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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sexta - 25 de Fevereiro de 2005 às 06:36

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Em alguns pontos da cidade de Tangará da Serra a prostituição de mulheres e homens acontece normalmente de baixo dos olhos da sociedade. O cliente pode chegar a qualquer hora do dia ou da noite que há movimento nesses locais. Além de ser estabelecimentos onde o comércio é a venda do prazer, em alguns casos esses pontos de prostituição são fachadas para a venda de drogas e também da prostituição infantil.

Em muitos lugares na rua 26 e também no centro da cidade, alguns bares, que inclusive têm alvarás de funcionamento, são apenas fachadas para a prostituição. No interior desses bares, acontece normalmente a venda de corpos e do “prazer”.

Conforme A.M.T, 24 anos, que trabalha como prostituta a mais de cinco anos em Tangará da Serra, os bares servem como atrativo e também camuflagem para a prostituição. Ela conta ainda que existe muita coisa por trás do mundo da prostituição que as pessoas não sabem. “Já vi de um tudo. Quando entrei para essa vida, tinha como objetivo ganhar dinheiro e arrumar um grande amor. Descobri que tudo isso é uma grande bobagem. Hoje estou atolada nesse mundo e não sei como sair. Vivo em um meio onde há drogas, preconceito, doenças, entre tantos outros problemas”, contou, dizendo ainda que entre todos os problemas, o maior enfrentado por ela é com relação a violência, seja por parte dos clientes, como também dos agenciadores.

Segundo o investigador de polícia, Edvaldo Tocantins, o mundo da prostituição está intimamente ligado com drogas e crimes. Ele fala que o varejo da droga também tem pontos de venda nesses locais. “De vez em quando, realizamos algumas prisões, mas tudo sempre está relacionado a outros crimes como lesão corporal, tentativa de homicídio e tráfico de drogas”, destacou o investigador.

EXPLORAÇÃO SEXUAL: Segundo um estudo divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Universidade de Brasília (UNB), Tangará da Serra também foi apontada como uma das cidades que estão na rota da exploração sexual infantil. Conforme informações do Conselho Tutelar do município, em 2003 a instituição recebeu 90 denúncias de casos de exploração e assédio sexual infantil. Já no ano passado esse número caiu para dois casos de exploração sexual infantil e 14 de abuso ou assédio sexual. “Qualquer denúncia com relação a essa questão, a população pode estar trazendo diretamente no Conselho”, destacou a conselheira Luciane dos Santos Ladeia.

Além do Conselho Tutelar, o Juizado de Menores também vêm trabalhando com o intuito de acabar com a exploração sexual. Como o Conselho, o Juizado também depende de denúncias para atuar. “Quando há denúncias, nós fazemos a averiguação do caso. Em Tangará nós já realizamos várias prisões por exploração sexual infantil, mas precisamos do apoio da comunidade para denunciar”, contou o inspetor de menores, Agenor de Souza Almeida, lembrando que é importante que toda a sociedade denuncie qualquer caso de exploração que envolver menores.

Outro ponto ressaltado por Agenor é o fato de que caso um adolescente seja encontrado em um local e haja denúncia de exploração sexual, todos os envolvidos, dono do estabelecimento e também pessoas que estavam no local, serão encaminhados para a delegacia.




Fonte: Diário da Serra

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