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Economia
Quinta - 24 de Fevereiro de 2005 às 17:50
Por: André Deak e Priscila Rangel

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Brasília – A Agência Brasil apresenta a partir de hoje uma série de reportagens sobre o crescimento do setor bancário, que há décadas segue de forma ininterrupta, sem ser afetado nem mesmo pelos períodos de crise econômica no País. Os repórteres entrevistaram economistas, pesquisadores, diretores de bancos, consultores jurídicos, membros do governo e pessoas que utilizam os serviços bancários, buscando explicações para o funcionamento do sistema financeiro e sua incidência sobre a vida dos cidadãos.

Durante a divulgação dos balanços financeiros de alguns dos principais bancos que atuam no Brasil, já é possível perceber que 2004 foi mais um ano de crescimento de lucros. Segundo levantamento da consultoria Austin Rating, feito com uma amostra de 27 bancos que já publicaram seus balanços no início de 2005, o lucro líquido do setor aumentou 22,4% em relação a 2003, somando R$ 13,74 bilhões.

Apenas seis entre os 27 bancos não obtiveram crescimento. O Itaú, na última terça-feira (22), revelou ter conseguido em 2004 o maior lucro líquido da história dos bancos de capital aberto, R$ 3,776 bilhões. O Bradesco atingiu R$ 3,06 bilhões, seguido pelo Banco do Brasil, com R$ 3,024 bilhões, e o Unibanco teve saldo positivo de R$ 1,2 bilhão. Outros bancos ainda devem divulgar seus resultados.

Analistas e as próprias instituições apontam três fatores como sendo as principais razões para repetir em 2004 o aumento de ganhos: os ganhos com juros pela concessão de créditos, o valor cobrado pelos serviços e os títulos públicos do governo brasileiro, que pagam aos investidores juros que estão entre os mais altos do mundo, atualmente em 18,75% ao ano. O secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda, Elcio Tokeshi, reconhece que "apesar de as outras empresas de outros setores também apresentarem resultados muito bons, realmente (os lucros do setor bancário) estão num nível bastante alto. Historicamente são altos". Mesmo no ano de 2003, de acordo com pesquisa da Economática, os lucros líquidos dos maiores bancos já superavam grandes empresas como a Ambev (R$ 1,4 bilhão), Klabin (R$ 1,01 bilhão), Siderúrgica de Tubarão (R$ 910 milhões), Embraer (R$ 588 milhões) e Sadia (R$ 447 milhões), entre muitas outras.

O gerente executivo de relações com o investidor do Banco do Brasil (BB), Marco Geovanne Tobias, explica o caso do banco onde trabalha. "O resultado é histórico, em termos nominais e em termos de rentabilidade". Segundo ele, a maior parte dos ganhos deve-se ao crédito, que gerou 65% das receitas da instituição, principalmente o crediário e o microcrédito. Assim como outros bancos, o BB fez um esforço para ampliar seu número de correntistas – somente com o Banco Popular gerou um milhão de novos clientes –, aumentando também a arrecadação com tarifas.

O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira, aponta que, até o primeiro semestre de 2004, as receitas dos dez maiores bancos estavam divididas em crédito (44%), investimentos em títulos do governo (34%), cobrança de tarifas (14%) e outras fontes de renda diversas (8%). Oliveira diz, no entanto, que, quando o governo começa a subir os juros básicos de seus títulos – como ocorre desde setembro de 2004 – , os banc




Fonte: Agência Brasil

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