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Economia
Quinta - 24 de Fevereiro de 2005 às 16:37
Por: Alana Gandra

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Rio - Quase todas as categorias ocupacionais apresentaram queda do rendimento médio de 2002 para 2003. No período houve aumento das pessoas que ganham menos, revela a Síntese de Indicadores Sociais 2004, divulgada no Rio de Janeiro pelo IBGE.

Enquanto a proporção de pessoas com rendimento acima de 5 salários caiu 1,1 ponto percentual, passando de 11,4% para 10,3%, com destaque para a região Sudeste, onde a retração foi de 2 pontos percentuais (13,7%), em 2003 elevou-se a população ocupada nas classes de rendimento familiar per capita mais baixo em comparação ao ano anterior. Segundo o estudo, a proporção da população ocupada com rendimento per capita de até meio salário mínimo subiu em todas as categorias ocupacionais.

Os empregados domésticos e aqueles com carteira assinada apresentaram as maiores variações de um ano para o outro: 1,6 ponto percentual e 1,5 ponto percentual, respectivamente, alcançando 13,8% e 18,9% em 2003. A coordenadora da pesquisa, a economista Ana Lúcia Sabóia, explicou que o estudo evidencia que a tendência é de crescimento de carteira assinada no grupo dos trabalhadores domésticos. "Cada vez mais nesse período de 10 anos está aumentando o percentual daqueles que têm carteira assinada". Ou seja, "2003 confirma a tendência de formalização do emprego doméstico no Brasil", assegurou.

O documento indica que o emprego na indústria cresceu de 13,5%, em 2002, para 14,4%, em 2003, significando um ponto positivo na geração de empregos formais, com carteira assinada. Ana considerou o fato bom, mas frisou que o dado é pouco significativo porque representa apenas um ponto percentual de diferença para cima. Ela destacou que a elevação dos postos de trabalho formais não está vinculada ao aumento da renda média da população ocupada. A queda em relação a 2002 para o país como um todo foi de 7,5%.

A economista esclareceu que tanto as pessoas que estão na camada de renda mais elevada (10% do total), como as que têm rendimento médio mais baixo (40% do total), isto é, os mais ricos e mais pobres, tiveram queda de rendimento. Ana disse que o grupo dos 10% mais ricos teve uma perda maior do que o grupo dos 40%, da ordem de 9% e 3%, respectivamente, o que levou a uma redução muito tênue da desigualdade.

Segundo o levantamento, em 2002 o rendimento médio dos 10% mais ricos era 18 vezes a renda média dos 40% mais pobres. Essa taxa passou para 16,9% em 2003. O grau de desigualdade entre os mais ricos e mais pobres no Brasil em 2003 foi mais elevado na região Nordeste (18,2%), seguido da região Sul, com 16,1%.

A conclusão do IBGE é de que o cenário mostrado em 2003 permaneceu praticamente estável em relação a 2002, disse Ana Sabóia. "Como 2002 não foi um bom ano - as medidas muito restritivas segurando a inflação -, teve pouco desenvolvimento econômico e isso se repetiu em 2003, o que pode ser visto em todos os indicadores clássicos de crescimento da economia, de trabalho etc".

A economista do IBGE destacou que embora se tenha falado muito na redução da desigualdade, isso "não teve nenhum grande impacto ainda nos indicadores sociais de modo a que se pudesse dizer que diminuiu a desigualdade entre os menos favorecidos e os mais favorecidos".





Fonte: Agência Brasil

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