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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 23 de Fevereiro de 2005 às 13:33
Por: Abukar Albadri

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As ameaças de um empresário somali de atacar o comboio do primeiro-ministro Ali Mohammed Ghedi podem estar por trás do adiamento da viagem do chefe do governo ao centro e ao sul do país, que vive na anarquia desde 1991.

Ghedi, assim como quase todas as autoridades da Somália, vive em Nairóbi, onde o Estado fixou sua residência enquanto se garante a segurança para a transferência das instituições surgidas no processo de paz que aconteceu no Quênia.

O primeiro-ministro planejava viajar a partir desta quarta-feira às cidades de Jawhar, Baidoa e Baladweyne, no centro e no sul do país, e à região de Puntland, no extremo leste, em uma viagem de sete dias.

O porta-voz do primeiro-ministro, Ali Hagi Jabiri, disse que, embora a intenção era fazer três vôos em um mesmo dia, por problemas no espaço e nas conexões aéreas a viagem da delegação fora adiada.

Este é um novo entrave para a transferência do governo a Mogadíscio. Várias delegações de parlamentares e ministros já estão instaladas no país, e se esperava que o primeiro-ministro fizesse o mesmo em breve.

A Somália vive em meio ao caos e à anarquia desde 1991, quando foi deposto o presidente Mohammed Siad Barre, e desde então houve guerras tribais entre os diferentes clãs.

O anúncio oficial do atraso na viagem do primeiro-ministro é feito depois que um influente empresário de Jawhar, Mahamoud Omar Addan, ameaçou atacar a delegação oficial se chegasse a essa cidade.

"Ali Mohammed Ghedi pode chegar a Mogadíscio se precisar, mas se tenta mudar sua rota de Mogadíscio a Jawhar, deve assumir as conseqüências", afirmou Addan, presidente da companhia Banadir Stevedoring.

Como prova de suas ameaças, fontes próximas ao empresário disseram que já tinha disposto nos arredores de Jawhar quarenta caminhonetes dotadas de metralhadoras e mais de duzentos milicianos.

O primeiro-ministro e o empresário pertencem ao mesmo subclã, por isso se desconhece a razão das mensagens de intimidação.

Mas Mahamoud Omar Addan é irmão de Abukar Omar Addan, um empresário e fundamentalista islâmico que lançou uma guerra santa contra qualquer funcionário do novo governo que não se comprometa a respeitar o código penal islâmico, a sharia. Abukar Omar Addan é considerado o homem de negócios mais poderoso de Mogadíscio e é diretor da empresa Banadir Stevedoring.

A fim de tentar superar a situação, líderes dos clãs pretendiam se reunir nas próximas horas com Mohamoud Omar Addan em um hotel da capital.





Fonte: EFE

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