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Nacional
Segunda - 21 de Fevereiro de 2005 às 00:26
Por: Carlos Mendes

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Belém - Cerca de 45 pessoas incluídas numa lista de marcados para morrer em razão de seu envolvimento na luta pela posse da terra e denúncias de desmatamento ilegal em várias regiões do Pará começarão a ser identificadas a partir desta segunda-feira.

O cadastro será feito pelo Grupo de Trabalho de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, ligado diretamente ao gabinete do ministro Nilmário Miranda. A equipe, que desembarca nesta segunda em Belém, vai percorrer cinco localidades, levantar nomes de pessoas que estão sob ameaça e fazer um diagnóstico da situação.

Os casos mais delicados são os de Gabriel Domingues do Nascimento, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Anapu; Francisco de Assis dos Santos Souza, diretor do mesmo sindicato; o padre José Amaro, da Paróquia de Anapu, e Deorival Xavier, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pacajá.

Por serem ligados à missionária Dorothy Stang, morta a tiros no dia 12 passado, os quatro vinham sofrendo constantes ameaças, seja por telefonemas anônimos ou recados.

Sul do Pará

No sul do Pará, as maiores ameaças pesam contra o frei Henri des Rosiers, advogado e coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Xinguara.

Seu nome, nos últimos oito anos, aparece em quase todas as listas de morte como uma das pessoas que, por se dedicarem à causa da reforma agrária e contra a exploração predatória da floresta amazônica, representam um obstáculo às atividades de grileiros, fazendeiros e madeireiros que atuam na ilegalidade.

Do grupo que começa a trabalhar nesta segunda-feira fazem parte o subsecretário de Proteção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano; o chefe da ouvidoria-geral, Pedro Montenegro; Lucila Beato, do Programa Nacional de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, além de Ailson Machado e Olmar Klich, assessores especiais do ministro Nilmário Miranda.

Cipriano terá reuniões com autoridades paraenses para definir a melhor forma de garantir a proteção dos ameaçados. Ele e sua equipe também irão se reunir com a Polícia Federal e com dirigentes de movimentos sociais que atuam nas regiões de conflito.




Fonte: Agência Estado

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