Finalistas do Rio não recebem por material

Neste domingo, no Maracanã, os mantos que protagonizam a grande final da Taça Guanabara não exibem os tradicionais distintivos dos clubes cariocas. Americano e Volta Redonda vestem-se com camisas baratas, populares, e de uma marca sem expressão nacional.

A Vettor, sediada em Castelo, interior do Espírito Santo, ainda não acredita na façanha dos clubes a quem fornece material esportivo. As vendas de camisa, cujo preço é R$ 40 nas lojas, multiplicaram-se.

O curioso é que nem Americano nem Volta Redonda garantem receitas com a parceria. Em ambos os casos, os clubes fazem apenas uma permuta: asseguram gratuitamente o material esportivo (camisas, shorts, meiões, coletes e uniforme de treino e comissão técnica) em troca da divulgação da marca da empresa nas camisas.

Estima-se que, se fosse pagar por uma placa no Maracanã, no dia da final, a empresa arcaria com investimento 100 vezes superior. Para que se tenha uma idéia, as grandes multinacionais que fornecem material para os quatro grandes do Rio pagam, juntas, quase R$ 1,3 milhão por mês. E reconhecem ter perdido espaço e dinheiro com o fracasso dos times grandes.

"Há um reflexo direto dos maus resultados do time na venda de camisas", crê o diretor de marketing da Adidas, Eduardo Coche.

Na Vettor, a situação é a inversa. "O contrato é o fim do ano. Se vencermos a Taça GB, a camisa se valoriza", afirma o presidente do Volta Redonda, Rogério Loureiro.

O time da Cidade do Aço, de acordo com a Vettor, vendeu 4 mil camisas apenas este ano. O acordo entre empresa e clube sela o repasse de 10% das vendas para o Voltaço - pago em camisas.

"Se vendemos cem camisas, o clube recebe dez - explica o diretor da Vettor, Augusto Sardim.

O Americano, que até 2003 tinha os uniformes da Penalty, não tem acordo de participação em venda por não investir em lojas próprias.