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Esportes
Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 17:25
Por: Luis Miguel Pascual

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A pouco mais de três semanas da visita da Comissão de Avaliação do Comitê Olímpico Internacional (COI) para examinar a candidatura de Paris aos Jogos Olímpicos de 2012, os escândalos jurídico-financeiros no mundo do futebol prejudicaram a imagem do esporte francês.

Várias buscas feitas em boa parte dos mais importantes clubes franceses, assim como na sede da Federação Francesa de Futebol (FFF), da Liga de Futebol Profissional, de canais de televisão e empresas relacionadas ao mundo da bola sacudiram o esporte de mais popularidade na França.

As imagens dos inspetores carregando quilos de documentos procedentes dos locais registrados não beneficia em nada o esporte francês, que em poucos dias deverá vestir com suas melhores roupas para receber em Paris os inspetores do COI.

Agora, a sombra da suspeita se espalha sobre o mundo do futebol francês, que nos últimos anos tinha conseguido reduzir as distâncias em relação a seus vizinhos europeus.

A chegada do Mônaco à final da Liga dos Campeões foi interpretada como uma evolução do futebol francês, que poucos meses depois conseguiu vender os direitos de televisão de sua liga por 600 milhões de euros anuais durante três temporadas, uma cifra recorde no Velho Continente.

A intervenção judicial das últimas semanas coloca uma sombra de dúvida sobre esses lucros.

Há meses, a brigada financeira se interessa pelas comissões pagas pelo Paris Saint-Germain e Olympique de Marselha pela contratação de alguns de seus jogadores.

Agora, outros três assuntos se somam à relação de casos investigados.

O primeiro, que veio à tona ontem, é um suposto caso de irregularidades financeiras dentro da FFF, que teria maquiado suas contas nos dois últimos exercícios para esconder um importante déficit.

A mais poderosa das Federações francesas, dona de um orçamento de 140 milhões de euros, apresentou um déficit de 62.000 euros na temporada 2002-2003, quando de fato os números vermelhos chegavam aos 14 milhões de euros.

No ano seguinte também foram apresentados números que não correspondiam com a realidade.

Outro dos assuntos que chamaram a atenção dos investigadores é a venda dos direitos de televisão.

O contrato assinado pelos seis clubes mais ricos da França - Paris Saint-Germain, Lyon, Marselha, Mônaco, Lens e Bordeaux - e a televisão Canal+ para a difusão preferencial de seus jogos entre 1999 e 2003 provocou a abertura de outra investigação.

Os seis clubes, associados ao que chamaram "Clube Europe", se comprometeram a vender preferencialmente seus direitos ao Canal+ como se estes lhes pertencessem, algo que não ocorre na França, onde a LFP é a encarregada de negociar com as televisões.

A rede de televisão desembolsou 160 milhões de euros sem receber nada em troca antes de rescindir o contrato por uma denúncia apresentada por outra rede, que não via com bons olhos a coexistência do trato e a presença de alguns dos presidentes desses clubes no Conselho de Administração da LFP.

Também não agrada à justiça a forma como foram vendidos os direitos de retransmissão dos jogos da seleção francesa, sem uma oferta pública, assim como os contratos de venda de seus produtos licenciados.





Fonte: EFE

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