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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 16:37

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O novo presidente do Togo, Faure Gnassingbe, reiterou nesta quinta-feira seu compromisso de convocar eleições presidenciais em sessenta dias, mas deixou claro que assumirá como presidente interino.

Essas declarações foram feitas em um discurso organizado hoje, sábado, pelo governante Agrupamento do Povo Togolês (APT). Segundo a emissora "África No 1", captada em Dacar, milhares de seguidores do partido participaram do encontro convocado para os jardins da residência de Gnassingbe, em resposta a uma manifestação de protesto organizada pela oposição.

No discurso, o governante pediu aos dirigentes da oposição que coloquem o interesse superior da nação acima de seus rancores, assegurando que as eleições acontecerão em sessenta dias.

Ele pediu também "o sentido de responsabilidade" dos líderes da oposição, que exigem o retorno da legalidade constitucional e rejeitam categoricamente o fato de Gnassingbe ter assumido o poder com caráter interino.

"As eleições nos desempatarão", disse Gnassingbe a seus opositores, que sustentam que lutarão para conseguir a aplicação integral das disposições constitucionais anteriores à morte do presidente Gnassingbe Eyadema.

No mesmo encontro, o secretário-geral da União das Forças da Mudança (UFC), Jean Pierre Fabre, disse que é preciso restabelecer a legalidade constitucional e favorecer as condições de "um verdadeiro diálogo nacional".

Na opinião de Fabre, esse é um passo prévio para permitir a realização de "eleições gerais livres, democráticas, transparentes e sem nenhuma exclusão".

Já o presidente da Comissão da União Africana (UA), Alpha Oumar Konaré, afirmou hoje que a decisão de Faure Gnassingbe de permanecer no poder "viola a Constituição togolesa".

Konaré pediu ao atual regime que tome as medidas esperadas dele pela UA e pela comunidade internacional, em referência ao respeito das disposições da Constituição, pois "qualquer outro caminho complicará a situação", disse.

A UA afirmou que continuará trabalhando "para conseguir uma rápida solução para a crise gerada pelo golpe de Estado militar em Togo".

No último dia 5, Faure Gnassingbe, de 39 anos, foi designado presidente do Togo pelas Forças Armadas, momentos depois da divulgação da morte de seu pai, o veterano governante Gnassingbe Eyadema, no poder desde 1967, uma sucessão que violou o mecanismo disposto na Constituição.

A Carta Magna togolesa indica que, em caso de falecimento ou incapacidade permanente do Presidente, este deve ser substituído interinamente pelo titular da Assembléia Nacional, que, por sua vez, deve convocar eleições em 60 dias.

No entanto, no dia seguinte, o Parlamento, dominado pelo partido governante, destituiu o presidente da Assembléia, Fambaré Natchaba, e o substituiu por Gnassingbe (o que legalizou a nomeação do exército).

Líderes da África e da União Européia, além da ONU e da Organização Internacional da Francofonía (OIF), condenaram o que foi classificado como um "golpe de Estado" e exigiram o retorno à legalidade constitucional no pequeno país da África Ocidental.





Fonte: EFE

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