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Politica Brasil
Sexta - 18 de Fevereiro de 2005 às 20:48
Por: Bruno Garcez

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O governo israelense se disse surpreso com o fato de não ter sido incluído no roteiro da viagem do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, ao Oriente Médio. "Estamos surpresos porque o governo brasileiro, com boa vontade, quer tomar parte no processo de paz que já estamos travando hoje com os palestinos. Mas eles falam só com um lado", disse Ilan Sztulman, da divisão de informações do Ministério das Relações Exteriores de Israel.

Amorim regressou à Jordânia hoje, após ter sido recebido em Ramallah, na Faixa de Gaza, pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e pelo primeiro-ministro palestino, Ahmed Korei.

"No final das contas, somos vizinhos dos palestinos e até para chegar ao território palestino o ministro brasileiro passou por Israel. Vamos encontrar a linguagem certa para perguntar o porquê desse comportamento e resolver nossas diferenças de pontos-de-vista", afirma Sztulman.

Roteiro

Até o dia 26 deste mês, Amorim visitará ainda Arábia Saudita, Omã, Catar, Kuwait, Tunísia e Argélia. É a segunda visita dele ao Oriente Médio. Na primeira, realizada em 2003, quando o ministro acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Israel não fez parte do roteiro.

De acordo com Abraão Atzâmari, diretor do Departamento Internacional do Partido Trabalhista, uma visita a Israel deveria ser vista como "obrigatória" pelo Brasil, visto a intenção do governo Lula de ampliar o papel brasileiro no cenário internacional.

"O Brasil, na administração de Lula, quer participar mais de atividades internacionais e integrar o Conselho de Segurança da ONU, por isso deveria considerar obrigatório vir aqui para conhecer os problemas locais e convidar ministros israelenses ao Brasil", afirma Atzâmari.

Segundo ele, se o Brasil quer participar do processo de paz entre Israel e palestinos "tem que entender o que está se passando no país".

"Uma visita ao local é a melhor forma. Ainda mais agora que existe em Israel um governo de unidade nacional, do qual nós, trabalhistas, estamos participando. Com isso, o Brasil perde pontos na região", diz Atzâmari.

Sem rupturas

Ainda que Israel se diga surpreso em não ter sido incluído no roteiro da viagem de Amorim, o representante israelense diz que não há qualquer sinal de estremecimento na relação entre os dois países.

Segundo Ilan Sztulman, "as relações do Brasil e Israel são baseadas em coisas que a visita ou não de um ministro não irá mudar".




Fonte: BBC Brasil

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