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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 16 de Fevereiro de 2005 às 21:37

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O Parlamento italiano aprovou hoje o prolongamento da missão militar no Iraque, com o voto favorável da maioria conservadora.

A votação do financiamento dessa missão até o próximo dia 30 de junho aconteceu enquanto era transmitido pela televisão um vídeo com um desesperado apelo da jornalista seqüestrada Giuliana Sgrena. Ela pedia a retirada do contingente de cerca de 3 mil soldados em Nassiriya, no sul de Bagdá.

A aliança governamental do primeiro-ministro Silvio Berlusconi aprovou a iniciativa no Senado com 141 votos a favor, frente aos 112 contra da oposição, que se manteve unida apesar das discrepâncias que existem em seu interior.

Na assembléia prévia para debater seu voto, o presidente da centrista Margarita e rival de Berlusconi nas eleições de 2000, Francesco Rutelli, além de outros 31 parlamentares, se mostraram inclinados à abstenção.

Em boa parte de seus discursos prévios ao voto, os representantes dos partidos do governo carregaram a bandeira a favor da prorrogação, como fez o porta-voz de Forza Itália, Renato Schifani, que convidou os setores moderados da oposição a se rebelar e aprovar o decreto.

Seu principal alvo foi Romano Prodi, acusado de ter se deixado levar pelo dirigente mais radical da oposição, o secretário da Refundação Comunista, Fausto Bertionotti, sem se atrever, por outro lado, a pedir abertamente a retirada das tropas.

Depois de 13 dias em cativeiro, a jornalista seqüestrada do jornal Il Manifesto pediu hoje essa retirada. A repórter, que chegou a Bagdá no final de janeiro para cobrir as eleições do dia 30, reiterou entre soluços e palavras desesperadas que o governo italiano deve ser pressionado para retirar o contingente militar do Iraque.

"Me ajudem, minha vida depende de vocês, pressionem o governo a retirar as tropas", implorou Giuliana Sgrena no vídeo.

Sentada diante de uma parede branca onde havia a inscrição em árabe "Mujahedins sem fronteiras" e vestida com um blusão verde, a jornalista se dirigiu, entre soluços, a seu companheiro, Pier Scolari, para que mostre suas fotos de mulheres e crianças no Iraque com o objetivo de documentar seu compromisso com a população local.

Os serviços secretos italianos consideram que a divulgação do vídeo é positiva, segundo o presidente da correspondente comissão de controle parlamentar, Enzo Bianco.

Bianco não avaliou a polêmica surgida por algumas informações, ainda não confirmadas, que apontam que os serviços secretos sabiam, desde o último sábado, da existência do vídeo, que foi divulgado hoje através de uma agência internacional, pouco antes da votação parlamentar decisiva.

O governo mantém suas posições, disse o ministro de Exteriores, Gianfranco Fini, que reiterou que não haverá nenhuma mudança de estratégia e pediu unidade para enfrentar a libertação de Giuliana Sgrena.





Fonte: EFE

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