Dissidências nas bancadas marcam disputa por cargos

Brasília - Com o fim do prazo para o registro de candidaturas aos cargos da Mesa Diretora da Câmara confirmou-se a desobediência das decisões partidárias, com o lançamento de candidatos avulsos em plenário. Oito deputados de diversas legendas vão disputar cargos independentemente das posições assumidas pelas suas bancadas.

Apenas o PSDB, o PTB e o PP chegam unidos para a eleição do segundo e terceiro secretários e a segunda vice-presidência, cargos que por distribuição proporcional couberam aos três partidos e deverão ser ocupados por Nilton Capixaba (PTB-RO), Eduardo Gomes (PSDB-TO) e Ciro Nogueira (PP-PI), respectivamente. O PP, no entanto, tem um candidato avulso à presidência da Casa, o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), mas o cargo cabe ao PT de acordo com a tradição pela qual o partido que tem a maior bancada tem o direito de indicar o presidente da Câmara.

Depois da disputa pela presidência, que está dividindo os partidos, a maior disputa será entre peemedebistas na primeira secretaria, considerada mais importante pelo seu poder de influência sobre os deputados. Para surpresa da bancada, o deputado Inocêncio Oliveira (PMDB-PE) manteve sua candidatura avulsa, mesmo com a vitória de Waldemir Moka (MS) no partido.

O ex-pefelista faz sua estréia como dissidente, irritando as duas alas do PMDB: a governista, que perdeu a votação para Moka com o candidato Henrique Eduardo Alves (RN), e a dos oposicionistas, que apóiam Moka.

O PFL chega também rachado ao plenário para a eleição do primeiro vice-presidente. Os deputados César Bandeira (MA) e Robson Tuma (SP) não abriram mão de concorrer ao cargo, apesar de a bancada ter lançado oficialmente o deputado José Thomaz Nonô (AL). O PFL tem dois candidatos avulsos à presidência da Casa: José Carlos Aleluia (BA) e Jair Bolsonaro (RJ).

O grupo que segue a orientação do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) na bancada promete dar pelo menos 20 votos ao candidato oficial do PT ao cargo, Luiz Eduardo Greenhalgh (SP). O PL é outro partido que não conseguiu unidade para a disputa da Mesa. O deputado João Caldas (AL) manteve sua candidatura avulsa, embora a bancada tenha escolhido Edmar Moreira (MG).