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Economia
Sexta - 07 de Janeiro de 2005 às 07:46
Por: Mariana Peres

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O ano começa com excelentes perspectivas para os criadores de suínos em Mato Grosso. Até fevereiro estará constituída judicialmente a nova composição acionária da Integração das Cooperativas do Médio Norte Mato-grossense (Intercoop), de Nova Mutum (269 quilômetros de Cuiabá). Na prática, a maior granja de alto escala do Estado, a Carrolls Food, passa a agregar valor à sua produção assumindo 50% do controle acionário do Intercoop. Os valores da operação não foram confirmados por nenhuma das partes, mas cogita-se que com cotação de mercado em torno de US$ 25 milhões, os 50% do Intercoop tenham sido negociados por aproximadamente US$ 12 milhões.

A Carrolls com produção em escala não dispunha de planta frigorífica, uma necessidade que caiu como uma luva para o Intercoop, que por falta de matéria-prima suficiente (animais para o abate), operava com mais de 50% de sua capacidade ociosa.

Com 12,5 mil matrizes, plantel de 158 mil animais e um volume de desfrute (rendimento) de cerca de 200% a cada ano, "completar a cadeia de produção da suinocultura da empresa era uma necessidade latente e inadiável para este ano", justifica o diretor técnico da Carrolls Food, com sede em Diamantino (209 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá), Nelso Pasqual.

A Carrolls já possui um projeto para construção de uma planta frigorífica dentro do Estado para sedimentar todos os elos da cadeia produtiva. "O nosso prazo limite era este ano. Estudamos a instalação em Cuiabá, Várzea Grande e Sorriso, por uma questão de mão-de-obra qualificada. Inicialmente teríamos de investir R$ 35 milhões. Com a formalização da sociedade, por enquanto, fica postergada a construção de outro frigorífico", explica Pasqual.

Tanto Pasqual, quanto o diretor secretário do Intercoop, Valdomir Ottonelli, concordam que a atitude não deixa de ser uma "estratégia inteligente de mercado, pois vai otimizar e tornar a atividade altamente viável. Mercado consumidor externo será ampliado e teremos competência em todas as etapas da produção, mantendo a qualidade do nosso produto", destacam.

Ottonelli frisa ainda que mediante a formalização desta sociedade, as cooperativas e pessoas físicas que integram o Intercoop - como a Coagril e a Coopermutum - já sinalizam para este ano a ampliação do seu volume de matrizes, assim como a Carrolls Food. "Teremos um ano decisivo para o segmento e talvez tenhamos que aumentar nossa capacidade de abate e de armazenagem", avalia.

A Carrolls está desde junho fornecendo suínos para o Intercoop. Ottonelli prevê que até março próximo, a capacidade de abate alcance 2 mil animais/dia e que com as devidas acomodações, pode chegar ser aumentado para 5 mil animais/dia.

Pasqual lembra que quando a parceria teve início, o Intercoop abatia cerca de 450 animais/dia, passando para 600 animais/dia e atualmente registra cerca de 1,7 mil a 1,8 mil abates/dia. "Podendo logo logo chegar a 2,2 mil animais/dia", projeta.

Ottonelli confirma que antes da parceria cerca de 55% da capacidade instalada de abate estava ociosa. "Este potencial se divide em duas pontas, a capacidade de abate e visceração, de 280 animais por hora e a capacidade de armazenamento da câmara fria, de até, 1,7 animais/dia", completa.

AS PARCEIRAS - A Carrols Food é uma joint venture brasileira da norte-americana Smithfield Foods, maior produtora e processadora de suínos do mundo, com faturamento anual de US$ 10 bilhões. A Carrolls é uma sociedade entre a Smithfield e o grupo brasileiro MPE. Está em Mato Grosso desde dezembro de 1997. Foi a primeira granja de alta escala a se instalar no Estado e iniciou as atividades com 1,4 mil matrizes.

O Intercoop congrega duas cooperativas de produtores de suínos – a Coopermutum e a Coagril, ambas localizadas em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao Médio Norte de Cuiabá). A partir da chegada da suinocultura a Nova Mutum, com a instalação do frigorífico da Intercoop em 1997, houve um grande aumento na área de plantio de milho no município e na região. O milho e o farelo de soja são os componentes básicos (95%) da ração para suínos – os outros 5% são vitaminas e sais minerais. Do plantio do milho ao corte dos suínos para venda, registra-se uma agregação correspondente a oito vezes o valor do cereal.




Fonte: Diário de Cuiabá

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