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Politica Brasil
Quinta - 06 de Janeiro de 2005 às 12:30
Por: Tábita Marinho

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Ir à Palestina olhar o processo eleitoral impregnado pela sensibilidade dos palestinos do Brasil, reunidos aqui em Cuiabá." Esta foi uma das considerações do deputado federal Carlos Abicalil, PT-MT, que participou nesta quarta, 5/01, de uma reunião com membros da Sociedade Muçulmana Beneficente, na Mesquita da capital de Mato Grosso.

A reunião fez parte da preparação do parlamentar para uma missão oficial que fará como um dos observadores brasileiros do processo eleitoral da Palestina, a ser realizado no dia 9/1, e no qual será escolhido o sucessor de Yasser Arafat, morto em novembro do ano passado.

Após ser saudado por Assan Salim, membro da comunidade árabe-palestina em Cuiabá, Abicalil ressaltou a importância histórica dessa missão, em que, "junto à União Européia, o eleito será visto e reconhecido, e a legitimidade e validade do processo serão confirmadas".

O parlamentar afirmou ainda que a comissão encaminhará um relatório do processo eleitoral à ONU, e que tais ações "emprestam uma condição de segurança diante da situação de conflito armado que se trava naquela região".

Abicalil relatou parte de sua história familiar, desde a emigração de seus avós, que chegaram no Brasil em 1907, vindos do Líbano, e que se fixaram no Rio de Janeiro até os dias atuais, e afirmou que se considera comprometido com a causa Palestina, relembrando que desde sua chegada a Mato Grosso, em 1984, conviveu com a comunidade árabe, mencionando a família Safa, em Barra do Garças.

O deputado enfatizou estar assumindo a responsabilidade de bem representar os Palestinos residentes no Brasil, durante a eleição e se comprometeu ainda que, ao retornar, prestará contas. Ressaltou estar à disposição da Comunidade Árabe-Palestina, e recebeu como resposta manifestações de agradecimentos, e uma observação etimológica do sobrenome Abicalil - filho do Profeta Abraão, filho do Pai Bondoso.

Diversas intervenções foram feitas, uma delas considerou que o processo eleitoral da sucessão de Arafat não inaugura a democracia na Autoridade Nacional Palestina, pois ele fora eleito pelos palestinos.

Quando questionado sobre o papel da ONU diante da "violência e da injustiça sofrida pelo povo palestino", Abicalil esclareceu que a Comissão de Observadores é autônoma, não sustentada pela ONU e que vai com prerrogativas e coordenação da Comunidade Européia.

Houve observações a respeito da validade de uma eleição num território ocupado, sem soberania. O deputado respondeu que a soberania está desrespeitada, mas a eleição confirma a luta pela criação do Estado Palestino e afirma a necessidade de um estado soberano no cenário internacional.

De acordo com Abicalil, o encontro proporcionou que os questionamentos ganhassem a "conformação de diálogo e desenharam um quadro de partilha de preocupações, de análises histórico-políticas da trajetória de luta do povo palestino, de responsabilidades humanas, de cobranças à ONU para que sejam impostas sanções aos países que desrespeitam as suas resoluções."

Salim ainda mencionou a participação de Abicalil na solução de um impasse diplomático que estava dificultando a entrada no Brasil de um casal árabe, vindo dos EUA, para testemunhar um casamento.

As considerações finais da reunião foram feitas pelo Cônsul Samir Saadeddine, que em nome da Comunidade Palestina reiterou agradecimentos, e disse que retorna, com o deputado, para partilhar as impressões sobre a missão na Palestina.




Fonte: Diário de Cuiabá

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