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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Quarta - 05 de Janeiro de 2005 às 13:47
Por: Christiane Samarco

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Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou pessoalmente na operação política para tentar unir o PT e os partidos da base aliada, em torno da candidatura do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), à presidência da Câmara. A primeira ofensiva foi ontem, no final da tarde, em uma conversa de uma hora e 40 minutos com a cúpula do PTB, integrada pelo ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, o líder do partido na Câmara, José Múcio Monteiro (PE), o deputado Luiz Antonio Fleury (SP) e o presidente nacional da legenda, Roberto Jefferson.

A primeira hora de conversa, segundo um dos participantes, foi sobre o sucesso da política econômica e as previsões otimistas do governo, em que Lula derramou elogios ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci. O presidente também discutiu com o ministro Walfrido as boas perspectivas na área de turismo este ano. Mas os 40 minutos finais foram dedicados à crise em torno da sucessão da presidência da Câmara e, segundo um dos petebistas que participaram da reunião, o presidente fez um apelo ao PTB para que o ajude a superar as diferenças da base com o candidato Greenhalgh, comprometendo-se a pedir o empenho do petista, no trabalho de unificação do PT e aproximação dos aliados.

"A candidatura do Virgílio (Virgílio Guimarães PT-MG, que quer lançar candidatura avulsa) vai dividir o PT e criar um grande embaraço ao partido", disse Lula, segundo relato de um dos participantes. Os petebistas explicaram ao presidente que foram surpreendidos com a escolha de Greenhalgh e que o PT precisa resolver a questão internamente. A avaliação dos petebistas é de que Virgílio Guimarães é unanimidade na base e que o PT tem de segurar a sua candidatura, porque se o deputado sair provocará estragos.

Tanto Jefferson quanto o líder José Múcio e o deputado Fleury, definiram Greenhalgh como "um homem difícil, que não tem relação conosco, não sabe fazer o social". "Mas me ajudem. Vamos ver se a gente consegue superar isso, porque para mim é muito importante a unidade do PT e da base", teria ponderado Lula.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi bem sucedido em seu apelos ao PTB. Depois do encontro com Lula, a cúpula do partido se reuniu com Luiz Eduardo Greenhalgh, e com o presidente do PT, José Genoino. O encontro se estendeu até as 22h30. Roberto Jefferson disse a Greenhalgh que sua candidatura é polêmica assim como seria uma candidatura do petebista. "Eu respeito você porque tem posições firmes e claras como eu. Mas eu como você, se me candidatasse, enfrentaria objeções, porque sou visto como homem da tropa de choque de Collor (ex-presidente Fernando Collor), enquanto você é tido como advogado de Rainha (José Rainha, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)". Jefferson aconselhou Greenhalgh a estreitar o contato com os deputados da base. "Você vai ter 30 dias para fazer o social", lembrou.

Os líderes do PTB não se comprometeram, no entanto, em fechar o apoio à candidatura de Greenhalgh, mas prometeram trabalhar internamente para aparar as arestas, já que a articulação rebelde batizada de Movimento Câmara Forte, em favor da candidatura de Virgílio Guimarães, nasceu basicamente por iniciativa dos petebistas, como os deputados Jovair Arantes (GO) e João Leão (BA). Roberto Jefferson voltará a se reunir hoje à tarde com o presidente Lula, de acordo com agenda divulgada pela Presidência da República.




Fonte: Agência Estado

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