Bono e Gates exigem que 2005 mude "finalmente" o mundo

O cantor irlandês Bono e o empresário americano Bill Gates publicaram hoje, segunda-feira, um artigo em vários jornais do mundo no qual exigem que 2005 seja o ano no qual "finalmente" mude o futuro dos mais pobres.

"Os próximos 12 meses são uma prova para todos nós -escrevem Bono e Gates no artigo que foi publicado por The Globe and Mail no Canadá-, especialmente para os líderes das nações do G8, cuja visão e resolução nunca estiveram tão em jogo".

"O julgamento da História será duro se falharmos, precisamente porque somos a primeira geração com capacidade de ter êxito. Novas ferramentas e idéias estão criando oportunidades que, até muito recentemente, eram impensáveis", continuam o vocalista do grupo U2 e o criador da Microsoft.

Bono e Gates assinalam que a pólio é uma doença quase erradicada no mundo quando há algumas décadas açoitava milhares de pessoas, e como "a noção de que os países pobres... têm que nos devolver (sua dívida externa) sem importar o custo de sofrimento humano" é outra idéia "velha e injusta" que está desaparecendo.

"Só um de nós dois sabe calcular. Mas os dois achamos que investimentos no potencial humano produzem muitos mais benefícios. Estes têm o poder de colocar fim à pobreza extrema", acrescentam.

As duas personalidades lembram que o Plano Marshall para reconstruir a Europa depois da Segunda Guerra Mundial "só custou aos EUA 1% de seu PIB ao longo de quatro anos. Hoje, um investimento menor poderia não só mudar a vida de mais pessoas, mas também transformar a forma como essas pessoas nos vêem".

Bono e Gates solicitam aos "líderes de cada nação desenvolvida" quatro passos cruciais para 2005.

Concretamente, pedem a duplicação da ajuda exterior efetiva através do entidades de crédito internacional, perdoar totalmente a dívida dos países mais pobres, mudar as regras injustas do comércio, e financiar de forma mais agressiva e coordenada o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV/Aids.