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Internacional
Segunda - 03 de Janeiro de 2005 às 22:36

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A falta de medicamentos e equipamento médico, além da probabilidade de novas doenças mortais devido à água contaminada, ameaçam a sobrevivência no norte da ilha indonésia de Sumatra, a região mais castigada pelo maremoto.

O diretor do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA), Michael Elmquist, disse nesta segunda-feira que "800 mil pessoas precisarão de ajuda" na província de Aceh.

Em entrevista coletiva em Banda Aceh, capital desta província localizada na ilha de Sumatra e habitada por quatro milhões de pessoas, Elmquist acrescentou que "agora a principal prioridade é evitar as epidemias".

Mais de 100 mil pessoas que estão em campos e assentamentos temporários sofrem com a escassez de água potável.

Além disso, as altas temperaturas e a falta de condições sanitárias são outros fatores de risco para a aparição de várias doenças, como diarréia, cólera, complicações na pele e respiratórias.

A ministra indonésia da Saúde, Fadilah Supari, advertiu que os sobreviventes podem contrair doenças infecciosas devido à falta de serviços médicos.

Ela também afirmou que "teme pela saúde da população. As condições dos feridos que foram recebidos nos hospitais está piorando por causa da falta de equipamentos médicos e medicamentos, principalmente antibióticos injetáveis".

Segundo a ministra, os bebês e as crianças são os mais vulneráveis a infecções respiratórias, malária, diarréias, cólera e sarampo, doenças que geralmente aparecem depois das inundações.

Quase todos os centros médicos nas cidades atingidas pelo "tsunami" estão seriamente afetadas. Os hospitais de Banda Aceh, Nagan Raya, Aceh Ocidental e Aceh Jaya foram os mais prejudicados.

Agoes Koeshartono, que lidera os trabalhos de resgate entre os voluntários do Crescente Vermelho Indonésio em Aceh, afirmou à imprensa local que muitos dos sobreviventes têm doenças pulmonares e, segundo ele, "muita gente morreu por esta causa nos últimos cinco dias".

Equipes militares e voluntários estão sendo treinados para retirar os corpos que obstruem os canais usando botas de borracha e com bolsas plásticas negras.

A situação está piorando devido às fortes chuvas que atrapalham os trabalhos de resgate e prejudicam as já ruins condições sanitárias. Por outro lado, traz também um pouco de alívio para as pessoas que não têm água limpa.

Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou sua advertência de que milhares de pessoas ainda podem morrer devido a doenças como o cólera ou a disenteria.




Fonte: EFE

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