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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 03 de Janeiro de 2005 às 13:17

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O governo turco pediu a ajuda dos Estados Unidos para eliminar as bases que o grupo rebelde armado curdo Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK/KONGRA-GEL) supostamente estabeleceu no norte do Iraque.

Este assunto foi um dos principais temas debatidos hoje, segunda-feira, na reunião mantida em Ancara pelo ministro turco de Assuntos Exteriores, Abdulah Gul, e o vice-secretário de Estado americano, Richard Armitage, que está de visita oficial na capital.

Além disso, focará os encontros que o enviado de Washington terá com o presidente do Parlamento turco, Bulent Arinc, e o chefe do estado-maior do exército, Hilmi Ozkok.

"Discutimos o assunto do PKK. Em um futuro próximo será realizada em Ancara uma reunião tripartite (Iraque, Turquia e EUA) para abordar a questão", respondeu Armitage aos jornalistas quando perguntado sobre uma possível operação contra o grupo armado independentista curdo.

O PKK, grupo considerado terrorista pelo governo de Ancara, rebelou-se em 1984 em exigência da autodeterminação para a comunidade curda turca -que se calcula em 12 milhões de pessoas- e depôs as armas 15 anos depois, depois da captura de seu líder, Abdulah Ocalan.

Segundo o governo turco, a maioria de seus mercenários se refugiaram então no norte do Iraque, onde fundaram o PKK/KONGRA-GEL, que neste momento contaria com cerca de 5.000 homens armados, e que voltou a operar no sudeste da Turquia.

Fontes curdas próximas ao PKK/KONGRA-GEL disseram recentemente que oficiais do exército americano viajaram em pelo menos três ocasiões às montanhas de Kandil, no norte do Iraque, para departir com líderes do grupo.

Uma página de internet curda assegurou, inclusive, que nas reuniões os americanos falaram de seus planos para garantir a segurança na região e exigiram aos rebeldes que não se intrometam.

Armitage aterrissou ontem à noite na capital turca depois de visitar a Síria e o Iraque e se reunir com o líder do Partido Democrático do Curdistão (KDP) iraquiano, Masood Barzani.

A imprensa turca assegura hoje que o representante americano entregou a Barzani uma carta assinada pelo presidente dos EUA, George W. Bush, em que respaldava as aspirações dos curdos iraquianos, extremo que Armitage negou ao chegar a Ancara.

O enviado americano declarou esta manhã que tinha falado "com os amigos turcos" sobre as reuniões mantidas durante esta viagem pelo Iraque, Síria e Jordânia, e que tinha agradecido a Gul a ajuda dada pela Turquia em território iraquiano e Afeganistão.

Além de ambos os conflitos, o encontro com Gul abordou a delicada questão do Chipre, ilha mediterrânea dividida desde que, em 1974, as tropas turcas invadiram a zona norte e Ancara depois reconheceram a República Turca do Norte do Chipre, contra a opinião do resto da comunidade internacional.

A divisão da ilha complica as negociações para a futura adesão da Turquia à UE.




Fonte: EFE

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