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Internacional
Sexta - 31 de Dezembro de 2004 às 18:08

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A proporção da tragédia ocorrida na noite de ontem, quinta-feira, em Buenos Aires, pelo incêndio de uma discoteca, que causou 175 mortos e 714 feridos, teria sido menor se o local contasse com condições mínimas de segurança.

O fato de as portas de emergência estarem fechadas e de a quantidade de público superar amplamente a capacidade do local fizeram do show de rock uma "armadilha mortal", de acordo com as investigações preliminares divulgadas hoje.

Segundo as autoridades e os sobreviventes, o fogo começou quando fogos de artifício e outros elementos pirotécnicos foram lançados dentro da discoteca, incendiando as telas que forravam o teto do local.

Como muitos feridos estão em estado grave, o número de mortos pode aumentar nas próximas horas.

A pior tragédia da história de Buenos Aires ocorreu por volta da meia-noite de quinta-feira no local chamado "República de Cromagnon", situado no populoso bairro do Once.

Depois de afirmar que uma das portas da discoteca estava "fechada com arames e cadeados", o prefeito de Buenos Aires, Aníbal Ibarra, afirmou que "se ela estivesse aberta a morte de muita gente teria sido evitada".

Ibarra também citou a superlotação do local, onde acontecia o show da banda Los Callejeros. Segundo testemunha, havia cerca de 6 mil pessoas num lugar onde só eram permitidas até 4 mil. No entanto, a discoteca contava com alvará de funcionamento desde 1997.

A maioria das vítimas, entre elas várias crianças, morreram por asfixia devido à fumaça na discoteca ou foram pisoteadas pelo público.

"O mais impressionante foi ver que todas as vítimas eram jovens, a média é de 20 anos. O tipo de gente que vai a estes shows é jovem, inclusive crianças", indicou o diretor médico do serviço emergencial da cidade, Julio Salinas.

Do total de 889 vítimas, entre mortos e feridos, 120 ainda não foram identificados. Parentes das vítimas se amontoam nos hospitais em busca de informações.

A polícia pediu que sobreviventes da tragédia se apresentem como testemunhas e segue nas buscas ao proprietário da discoteca, Omar Chabán, que possui outras casas noturnas na capital argentina.

Uma jovem que sobreviveu ao incêndio disse que apesar de "haver muita segurança" e terem revistado "até os sapatos e as bolsas do público, permitiram que entrassem como fogos de artifício".

O prefeito Ibarra advertiu que se "houver alguma responsabilidade" de funcionários municipais na tragédia, que está sendo investigada pela justiça, adotará "as medidas cabíveis".

Além disso, as autoridades de Buenos Aires decretaram três dias de luto na cidade.

O incêndio de ontem à noite, que é o sexto em número de mortos no mundo e o terceiro se forem considerados somente os ocorridos em discotecas, gerou mostras de condolências por parte de várias nações.




Fonte: EFE

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