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Economia
Sexta - 31 de Dezembro de 2004 às 07:39

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A paralisação do abate nas 21 unidades frigoríficas do Grupo Margen resultou em queda de ganho a diversos pecuaristas. Para o diretor executivo da Associação de Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR/MT), Paulo Resende, o aumento na oferta de boi gordo no mercado foi uma catástrofe. "Paralisação numa empresa do porte do Margen, segundo maior frigorífico do país, não é ruim apenas para os pecuaristas, mas para o Brasil. Paralisa comércio, indústrias e a geração de divisas", observa. Ele lembra que a oferta de gado excedente no mercado fez o preço da arroba de boi cair cerca de 10%. Em 30 de novembro, antes da prisão dos proprietários do frigorífico, a arroba estava cotada em R$ 58. Ontem, 30 dias depois, ficou em R$ 53.

Resende explica que o boi gordo é mercadoria perecível. Se não for vendido no momento certo, o animal perde peso. "Tivemos que ofertar para outros frigoríficos, que não têm como absorver o vácuo deixado pelo Margen", sublinha. O pecuarista Mário Cândia, que possui fazendas em Poconé e Cáceres, diz que todo a paralisação no processo da carne traz prejuízo para o criador. "Acredito que a médio e longo prazos o dano vai ser maior", opina. Luiz Roberto Zillo, pecuarista da região de Cáceres, lembra ainda que até a situação ser resolvida, o mercado irá permanecer apreensivo. "Isso ainda vai levar tempo para se regularizar. Quando aumenta a oferta, o preço cai", completa.

Segundo o presidente da Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Altair Magalhães, a paralisação do Margen não influenciou no preço final da carne ao consumidor em Cuiabá. "Teve alteração por causa do aumento da procura que ocorre todo ano em dezembro, mas não por causa de um frigorífico específico", constata.

As duas unidades do frigorífico Margen no Estado (Cuiabá e Barra do Garças) representam 13,5% do mercado total da empresa. Segundo cálculos da gerência local, as unidades mato-grossenses abatiam em média mil cabeças/dia. No total, as 21 unidades espalhadas em oito Estados eram responsáveis pelo abate de oito mil cabeças/dia. Metade da produção nacional era destinada à exportação, países como China e Hungria.(LTS)




Fonte: A Gazeta

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