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Politica Brasil
Sexta - 24 de Dezembro de 2004 às 11:19

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O prefeito eleito José Serra (PSDB) conseguiu fechar um acordo com os vereadores paulistanos e terá uma margem de remanejamento de verbas de 15% no Orçamento do ano que vem.

Anteontem, o PT e o grupo de partidos que se aliaram para negociar em bloco com tucanos admitiram publicamente que foi feito acordo pelo índice ansiado pelo prefeito eleito. "Vamos votar nos 15% para que ele [Serra] não tenha desculpas para futuros problemas de incapacidade administrativa", disse o presidente da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT).

Petistas e tucanos fecharam acordo que vinha sendo costurado havia semanas. Pelo trato, o futuro governo se compromete a não usar a administração para uma caça às bruxas contra Marta Suplicy (PT). Por outro lado, os petistas votam hoje no percentual de 15%, prioridade de Serra.

Sempre ressaltando que denúncias não serão encobertas, os tucanos admitem que o tema foi negociado. "Não vamos fazer devassa, até porque jamais colocamos dúvidas sobre a honradez da prefeita", disse à Folha um integrante do PSDB. Anteontem, em Brasília, Serra também falou que não foi eleito "para olhar para trás".

O trato também envolve a liberação de R$ 70 milhões que o governo estadual deve à prefeitura e outros acertos políticos, inclusive em Brasília. O bloco de 17 vereadores que se aliou ao PT para disputar o comando do Legislativo em 2005 contra o PSDB também votará nos 15%. "O grupo entendeu que era um ato de boa vontade política", afirmou o vereador Milton Leite (PMDB).

A margem de remanejamento de 15% representa uma folga de mais de R$ 1,5 bilhão para Serra gastar como quiser, sem consultar a Câmara. Pelo percentual anterior, de 5%, aprovado na Comissão de Orçamento da Casa com apoio petista, o tucano tinha R$ 760 milhões livres. Agora, com a volta do índice pedido por Serra, conseguirá R$ 2,15 bilhões, de um total de R$ 15,2 bilhões.

Controle da Câmara

O entendimento sobre o Orçamento abre uma brecha para a negociação da eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal, que acontece no dia 1º, com as novas bancadas de vereadores.

Na avaliação de tucanos, o acordo no Orçamento dá um sinal aos vereadores de que haverá composição com o PSDB também em relação à Mesa, o que pode facilitar as negociações.

Segundo a Folha apurou, há inclusive integrantes influentes do grupo dos 17 que já trabalham para que a hipótese se torne realidade. Um dos principais entraves é o nome já definido pelo partido do prefeito eleito para disputar a presidência, vereador Ricardo Montoro. Tucanos consideram ruim a troca do nome agora, entretanto sem descartar a possibilidade.




Fonte: FolhaPress

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