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Nacional
Quinta - 16 de Dezembro de 2004 às 07:18
Por: Evandro Fadel

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Curitiba - Quem já se cansou de olhar pela janela e ver a mesma paisagem quando se senta na sala, ou no quarto do seu apartamento, pode começar a ter esperanças de mudança. A partir de hoje os 11 apartamentos do edifício Suíte Vollard, em Curitiba, oferecerão não apenas esperança, mas a realidade diante dos olhos. Será inaugurada, no bairro Ecoville , um dos mais luxuosos da capital paranaense, aquela que vem sendo anunciada como a única torre giratória do mundo. "É a grande obra de arte da construção civil dos tempos modernos", diz o diretor do Grupo Moro, responsável pela construção, Alcir Moro.

"Cada um dos 11 apartamentos ocupa todo um andar em forma circular, com 287 metros quadrados de área. A movimentação de 360 graus é independente para cada uma das unidades. O acendimento de luz, do ar condicionado, a temperatura ou mesmo a movimentação do apartamento pode ser feito por comando de voz ou por controle à distância, na central elétrica da unidade. É o morador que decide para que lado e quando seu imóvel vai rodar. Pode adormecer vendo o sol se pôr e acordar no dia seguinte no lado contrário, com o sol se levantando. E também poderá ter o dia inteiro a residência iluminada pelo sol. Um luxo que custa em média US$ 300 mil. Não é para todo mundo.

Tem uma única suíte presidencial executiva de alto luxo, que pode ser dividida se for do interesse do proprietário. "É para celebridades, para quem tem muito dinheiro", acentua o construtor. "Nosso grande nicho são os empresários e as empresas que hospedam os seus executivos em Curitiba." Moro não revela quantas unidades já estão vendidas. E também não gosta de falar sobre o custo total do prédio. "É uma obra de arte e o custo é o que menos importa", diz. Os dez anos gastos na construção, têm a mesma explicação: "Para atingir a perfeição é preciso tempo."

O giro do planeta pode ser imperceptível ou levemente percebido, dependendo da rotação. "O motor é silencioso e praticamente não se nota", afirma Moro. Na velocidade baixa em uma hora o apartamento dá uma volta total. Se já era atração na região mais alta de Curitiba, enquanto em construção, agora pode se tornar mais um ponto turístico. Afinal, fica nas proximidades do parque Barigüi, um dos mais conhecidos da cidade e com vistas privilegiadas como a Serra do Mar. A tecnologia que faz o Vollard girar e, sobretudo, para que cada unidade tenha independência, foi uma descoberta conquistada passo a passo pelos engenheiros da Moro Construções Civis. Como todo corpo que se move, ele possui uma espécie de espinha dorsal em seu interior, que permanece fixa e sustenta as demais unidades do prédio. Ali estão a cozinha e o banheiro e é também por onde passa toda a tubulação de água, esgoto e gás.

O hall de entrada, os elevadores, uma varanda com churrasqueira e toda área de serviço, ficam em uma lateral do prédio, igualmente móvel. Entre a parte móvel e a fixa há um pequeno vão de menos de um centímetro, coberto por uma espécie de rodapé. O mecanismo giratório possui um motor e plataforma com engrenagens dentadas e uma corrente de aço. Entre as unidades do prédio, uma estrutura metálica é ligada ao motor e gira como se fosse um CD. Segundo os construtores, o gasto de energia é mínimo, equivalente ao de uma banheira de hidromassagem.

A parte móvel, que compreende o setor social com a ampla suíte, é cercada por vidros verdes, prata, azul e bronze que, segundo os construtores, cria um efeito visual único, enquanto as unidades estiveram girando. O único problema existirá para quem possui televisão à cabo. Ela deverá ficar na parte fixa da casa. Aliás, para encontrar uma forma de colocar a fiação, os projetistas também tiveram que inovar. Com cada peça girando conforme a cabeça do morador, corria-se o risco de, em se utilizando os parâmetros normais, os fios se enrolarem e acabarem arrebentando. Por isso, optou-se pela fiação colocada em trilhos de cobre, que se movimentam com a estrutura metálica do apartamento. As tomadas estão todas no chão.

Segundo Moro, a data escolhida para a inauguração, deve-se a previsão, que ele faz, de retomada do mercado imobiliário. "Não queríamos lançá-lo na época mais aguda da crise" justifica. "Agora, há uma expectativa otimista, com aumento de 25% na procura por novas unidades em Curitiba." Para o próximo ano, a previsão da Moro Construções Civis é de concluir cinco grandes empreendimentos imobiliários em Curitiba e lançar quatro em Santa Catarina. Nenhum giratório.




Fonte: Agência Estado

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