Tom Ridge defende criação dos níveis de alerta

O secretário demissionário de Segurança Doméstica dos Estados Unidos, Tom Ridge, já ouviu piadas e críticas sobre a escala de cores criada pelo órgão para alertar contra atentados, mas considera que esse será parte importante de seu legado no cargo, do qual foi o primeiro ocupante.

"Acho que é um bom sistema, embora sempre possamos procurar formas de refiná-lo", disse Ridge a jornalistas na sexta-feira, durante visita a uma faculdade de Direito de Nova York. "Uma das minhas recomendações é que ele seja levado adiante", disse Ridge, que será substituído na secretaria por Bernard Kerik, que era delegado de polícia em Nova York na época dos atentados de 11 de setembro de 2001.

A escala de cinco cores normalmente fica no amarelo, que é a cor intermediária e representa um risco elevado de atentados. Em algumas ocasiões, ela passou para laranja, a cor do alerta elevado. Até agora, o público não viu o alerta vermelho - o mais grave - ou as cores azul e verde, que indicam baixo risco.

"Em uma democracia como a nossa, há uma responsabilidade por parte do governo em dizer aos norte-americanos quando ele acha que a ameaça para amanhã é maior do que a ameaça para hoje", disse Ridge.

Alguns analistas - e também alguns comediantes - consideram que as razões para a mudança no nível de alerta são vagas e que as cores confundem as pessoas a respeito do verdadeiro risco.

O diretor da faculdade visitada na sexta-feira por Ridge, Charles Strozier, está entre os críticos do sistema. "Minha suspeita é de que todos esse níveis de alerta codificados sobre o terror são inúteis, porque só servem para aumentar o nervosismo das pessoas", disse Strozier à Reuters numa recente entrevista.

"E eles foram usados pelo atual governo para manter os medos das pessoas, a fim de implantar políticas de direita", acrescentou Strozier, autor de "Apocalipse: Sobre a psicologia do fundamentalismo na América".