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Saúde
Sexta - 10 de Dezembro de 2004 às 09:06
Por: Claudia Silva Jacobs

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Problemas como a fome, a pobreza, a Aids e os conflitos armados atingem mais de 1 bilhão de crianças em todo o mundo, segundo o relatório anual do Unicef, O Estado da Criança no Mundo 2005, lançado nesta quinta-feira.

O documento afirma que milhões de crianças no planeta estão perdendo a infância por causa das más condições de vida.

De acordo com os autores do relatório, as imagens da infância são duras em diferentes partes do mundo: "Garotos e garotos (estão) catando comida em montes de lixo em Manila, (sendo) forçadas a carregar uma (metralhadora) AK-47 pela floresta na República Democrática do Congo, (sendo) forçadas a se prostituir nas ruas de Moscou, pedindo comida no Rio de Janeiro ou (são) órfãs da Aids em Botsuana".

O trabalho diz que, desde a adoção da Convenção do Direito das Crianças, alguns dados sobre as condições das crianças no mundo "vêm melhorando".

Mas o relatório mostra que, apesar das melhoras, algumas metas traçadas pelo Unicef em conjunto com 190 países no projeto Objetivos de Desenvolvimento do Milênio para 2015 não devem ser alcançadas caso os padrões atuais não mudem.

Doenças

O Unicef diz que cerca de 29 mil crianças morrem todos os dias de doenças de fácil tratamento, como diarréia, desidratação ou malária.

As crianças são apontadas também como grandes vítimas das guerras. De acordo com os dados, desde 1990, 3,6 milhões de pessoas morreram em conseqüência direta de conflitos. Deste total, 45% eram crianças.



O documento também alerta para o fato de que centenas de milhares de crianças são vítimas das mais variadas formas de violência, dentro de suas casas até nos campos de batalha – e o número de crianças atingidas pela violência vem crescendo.

Cerca de 50% das crianças nos países em desenvolvimento vivem em condições abaixo do mínimo esperado, segundo padrões estabelecidos pelo Unicef.

Mais de uma em cada três crianças moram em casas com mais de cinco pessoas por cômodo ou com piso de terra batida.

Cerca de 25% das crianças no mundo, ou 400 milhões, não tem acesso à água limpa nos países em desenvolvimento. Uma em cada sete crianças não tem acesso a qualquer tipo de assistência médica.

O relatório também mostra que mais de 16% das crianças com menos de cinco anos não se alimentam adequadamente, e 13% das crianças que vivem nos países em desenvolvimento nunca pisaram em uma sala de aula.

América Latina

Entre os dados específicos sobre a América Latina, o documento mostra que 21% das crianças e jovens com menos de 18 anos vivem em casas sem as condições mínimas estipuladas pela organização, como acesso a água potável ou a serviços básicos de saúde.

A área mais crítica é a África Subsaariana. Na região, 64% das crianças vivem em condições precárias: 29% das crianças não têm acesso a serviços básicos sanitários, como banheiros e mais da metade das crianças não tem acesso a água potável ou precisam caminhar pelo menos 15 minutos para abastecer suas casas.

Outro problema grave na região é a precariedade no atendimento médico. De acordo com o relatório, 24% vivem sem qualquer acesso a esses serviços.

Nos países em desenvolvimento, 300 milhões de crianças não têm acesso a informação, como televisão, rádio, jornais ou telefone.

No relatório, o Unicef alerta para o fato de que, sem acesso a informação, as crianças terão dificuldades em estar a par de seus direitos.

O documento também destaca que milhares de crianças estão expostas a epidemias como a da Aids ou a Malária, doença que mais mata crianças.

Metas para 2015 em perigo Reduzir em 66% a mortalidade infantil entre crianças com menos de cinco anos. Apenas a América Latina e o Caribe e alguns países do leste asiático estão caminhando para alcançar esse objetivo. Reduzir em 25% a morte de mulheres durante o parto. Apenas 17% dos países estão seguindo as metas para 2015. Bloquear e começar a reduzir a epidemia de Aids, além da incidência de casos de malária e outras doenças. Até agora, os casos de HIV vêm crescendo em muitos países. Casos de malária também.




Fonte: BBC Brasil

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