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Economia
Quarta - 08 de Dezembro de 2004 às 06:59
Por: Paulo Maciel

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São Paulo - O governo está fazendo populismo tarifário e iludindo o consumidor, o que poderá provocar novo racionamento de energia elétrica daqui a quatro ou, no máximo, cinco anos. Esta previsão foi feita pelo consultor especialista em energia, Adriano Pires, ao programa Conta Corrente, da "Globo News".

Na opinião de Adriano Pires, com o nível de preços alcançado durante o leilão de energia realizado ontem - R$ 57 por megawatt/hora -, o governo acabou sinalizando que não precisa ter investimento privado no setor. "No curto prazo (o consumidor) é beneficiado, mas nós temos que pensar no médio e longo prazos", assinalou. "O mercado esperava preços baixos, mas não dessa ordem. Esse nível de R$ 57 é insuficiente para remunerar o capital investido."

"A minha preocupação é que esse preço do leilão está sinalizando racionamento", enfatizou o consultor de energia. Ele considera que o consumidor pagará menos pela energia agora, mas daqui a algum tempo vai pagar caro, e com o agravante de ainda poder vir a sofrer a falta de energia elétrica por volta de 2008 e 2009.

Isso ocorreria, segundo ele, porque as estatais sozinhas não teriam capacidade suficiente para atender ao mercado, caso a economia mantenha taxas de crescimento entre 4% e 5%. "Por isso, aliás, que os anos de 2008 e 2009 foram retirados do leilão", salientou.

Para o consultor, os investidores esperavam que o governo corrigisse as falhas existentes no modelo adotado na gestão anterior. No entanto, ao invés disso, segundo ele, a ministra Dilma Rousseff promoveu um leilão artificial, criando um conceito de energia nova e energia velha, e encurtando o período do leilão de cinco para três anos. "Quem deu equilíbrio nesse leilão foram as empresas estatais, que tinham mais energia para ofertar", frisou.




Fonte: Agência Estado

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