Presidente iraquiano pede participação da população nas eleições

O presidente interino do Iraque, Ghazi al-Yawer, pediu nesta quarta-feira a todos os iraquianos que participem das eleições de 30 de janeiro, e afirmou que ainda não é o momento para pedir a retirada das tropas estrangeiras do país.

Em entrevista coletiva em Bagdá, Yawer disse ainda que qualquer diálogo entre iraquianos deveria acontecer em território iraquiano, antes que em outro país, em uma clara alusão às conversações que o primeiro-ministro Iyad Allawi tinha anunciado hoje em Amã e que foram adiadas para 7 de dezembro.

"Todos os iraquianos devem participar das eleições, incluindo nossos irmãos curdos e assírios", disse Yawer, em referência ao boicote recentemente proposto por vários partidos sunitas e curdos para adiar as eleições em seis meses.

"O governo não tem nada a ver com a definição da data das eleições; o governo só aplica as decisões tomadas pela Comissão Suprema Eleitoral, única responsável por um eventual atraso do pleito", disse.

Os apelos de vários partidos - sobretudo sunitas e laicos - para adiar as eleições se fundamentaram na deterioração da segurança no país, mas tanto o governo como a Comissão Eleitoral rejeitaram o pedido e mantiveram a data de 30 de janeiro.

Quanto à retirada das tropas estrangeiras - uma das questões mais delicadas no Iraque -, Yawer disse que uma decisão semelhante deve ser tomada pela Assembléia Nacional (parlamento) que for eleita em janeiro, "única instância que pode tomá-la".

Por outro lado, Yawer, de confissão sunita e procedente de uma poderosa tribo do norte do Iraque, mostrou-se partidário de reintegrar nas novas forças armadas alguns comandantes do dissolvido exército de Saddam Hussein, desde que um comitê especial examine cada caso.