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Meio Ambiente
Quarta - 10 de Novembro de 2004 às 13:39

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Estudos revelaram que um arbusto originário da Mata Atlântica possui poder de proteção contra os raios ultravioleta do tipo UVB, os mais lesivos para a pele. A pariparoba está sendo analisada pelos pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo.

A descoberta resultou em um pedido de patente e interessou à empresa Natura, que disputou e venceu a licitação de concessão de licença para utilização do extrato da raiz no desenvolvimento de produtos de uso cosmético (gel, creme, filtro solar), com exclusividade para o Brasil e o exterior, realizada pelo Grupo de Assessoramento ao Desenvolvimento de Inventos (Gadi), da universidade.

"O potencial antioxidante da molécula encontrada na pariparoba, responsável por proteger a pele dos radicais livres, chamou a atenção da Natura", diz Jean Luc Gesztesi, pesquisador da área de Pesquisa e Desenvolvimento da empresa. "Por isso temos a firme intenção de usar o extrato em produtos cosméticos."

Por enquanto ainda não há data prevista de lançamento, porque o desenvolvimento de um produto demora de seis meses a dois anos. Mas a empresa já tem contrato com um produtor para fornecer o extrato da raiz da pariparoba (Pothomorphe umbellata) dentro de algumas especificações, como a porcentagem exata do princípio ativo. A padronização é importante para garantir que a resposta do extrato vegetal seja sempre a mesma, característica chamada de reprodutibilidade.

"A pariparoba é usada há muito tempo pela medicina popular para tratamento de má digestão, doenças do fígado, como icterícia, e queimaduras", diz a professora Silvia Berlanga de Moraes Barros, orientadora de Cristina Dislich Ropke na tese de doutorado, financiada pela FAPESP, que levou à descoberta da atividade fotoprotetora da planta da família das piperáceas, encontrada principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e sul da Bahia.

As pesquisas com a pariparoba começaram, na realidade, com uma investigação sobre a atividade de proteção hepática atribuída à planta, que não foi concluída. "Um olhar mais detalhado sobre a pariparoba mostrou que ela apresentava uma substância que já havia sido descrita pelo grupo de fitoquímica do Instituto de Química da USP em 1981", relata Silvia.




Fonte: Revista Pesquisa Fapesp

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