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Meio Ambiente
Quarta - 10 de Novembro de 2004 às 09:12

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A cada quatro minutos, uma área equivalente a um campo de futebol é destruída na Mata Atlântica. O atraso de 12 anos na aprovação do projeto de lei que proíbe o corte e a exploração vegetal nativa da mata contribuiu para o desmatamento de 10 mil quilômetros quadrados. Como esse, existem 26 projetos de lei que tratam de questões ambientais parados no Congresso Nacional à espera de aprovação.

Para evitar maiores prejuízos e fiscalizar o trabalho dos parlamentares, a Fundação SOS Mata Atlântica lançou hoje o Observatório Parlamentar da Mata Atlântica. "O que nós estamos fazendo hoje é trazer para a sociedade, por meio do observatório, todos os passos desse projeto de lei para fazer com que a sociedade possa interagir com os deputados que estão nas comissões", disse o diretor de Relações Institucionais da entidade, Mário Mantovani.

O documento faz um relato dos projetos que estão tramitando no Congresso. "Como um instrumento de constante acompanhamento, ele não se esgota em si mesmo, pois apresenta alguns dos principais projetos e atividades do Congresso Nacional relacionados à Mata Atlântica", acrescentou Mantovani.

Ele lembrou que, ao longo desses 12 anos, o projeto foi atualizado e, hoje, está de acordo com a Lei dos Recursos Hídricos, com a Lei dos Crimes Ambientais, com a Lei das Unidades de Conservação. "Nós aproveitamos toda experiência e avanços que nós fizemos nas negociações. Ao longo do tempo, fomos aprendendo a trazer a questão da mata para o dia-a-dia das pessoas, como, por exemplo, relacionar a Mata Atlântica com a água que a gente bebe, com o clima da cidade e não só com o mico-leão-dourado. Isso fez com que houvesse uma grande aproximação das pessoas."

Na opinião do deputado João Alfredo (PT-CE), o trabalho desenvolvido pela organização não-governamental SOS Mata Atlântica vai além da questão ambientalista. "Os olhos da sociedade estão voltados para o que acontece na Casa, por isso, é uma questão de cidadania", afirmou.

Hoje, restam menos de 7,3% da área original da mata, que já foi de 1,3 milhão de quilômetros quadrados. O deputado Ronaldo Vasconcellos (PTB-MG) ressaltou a importância de um documento como o observatório tanto para parlamentares quanto para a sociedade e toda a rede de organizações ambientalistas. "Além de cumprir o papel de informar com se faz uma lei, ele serve também para reacender o espírito de união entre as ONGs ambientalistas de todo o Brasil, em prol não só da preservação da Mata Atlântica, mas também de outros assuntos que tramitam aqui na Casa, como por exemplo, a questão da Biossegurança."

Mantovani acredita que o observatório busca mostrar o resultado da luta de vários anos de uma entidade junto com toda a sociedade. "A gente não quer uma lei que fique no papel. A gente quer uma lei que as pessoas conheçam, defendam e interajam com ela", concluiu.




Fonte: Agência Brasil

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