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Internacional
Domingo - 31 de Outubro de 2004 às 23:29

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O socialista Tabaré Vázquez, favorito para ganhar as eleições presidenciais deste domingo no Uruguai, se mostrou confiante na vitória e estendeu a mão a seus adversários, que lançaram um apelo ao respeito e à tolerância em meio a denúncias de incidentes menores, em um dia com um alto nível de participação dos eleitores.

"Vou estender minha mão fraterna e tolerante, pois todos nós temos de construir juntos o Uruguai do futuro", declarou Vázquez, 64 anos, depois de votar, cercado por centenas de jornalistas e simpatizantes.

O candidato, seguro da vitória da esquerdista Frente Ampla (FA), que contava com entre 51% e 56% das intenções de voto nas pesquisas prévias, proclamou ante um mar de câmeras e microfones: "Vou dedicar este triunfo ao recém-falecido general Líber Seregni (1917-2004), que fundou e foi um pilar de nossa força política".

O presidente da Junta Eleitoral de Montevidéu, Walter Pesqueira, antecipou um alto nível de participação eleitoral na capital e garantiu que os resultados oficiais serão conhecidos na madrugada de segunda-feira.

Os candidatos Jorge Larrañaga do Partido Nacional (PN, centro-direita) e Guillermo Stirling, do governista Partido Colorado (centro-direita), lançaram simultaneamente apelos à tolerância ante a denúncia de incidentes supostamente provocados por militantes da FA.

O chefe da polícia de Montevidéu, Nelson Rodríguez Rienzo, declarou que o processo eleitoral transcorreu "na maior normalidade", mas admitiu "pequenos incidentes".

Entre estes fatos isolados, Rienzo mencionou uma simpatizante "que passeava com uma bandeira do Partido Nacional" e que teve a perna atingida por três balas de fuzil de ar comprimido "disparadas de uma caminhonete ocupada por militantes da FA" nos subúrbios de Montevidéu.

Rienzo também reconheceu que eram verdadeiras as denúncias realizadas pelo ex-presidente Julio Sanguinetti, do Partido Colorado, sobre o bloqueio de estradas durante a madrugada para impedir a saída ao interior do país de ônibus ocupados por eleitores do partido governante. No entanto, o chefe da polícia da capital destacou que a circulação havia sido restabelecida às duas da madrugada.

Em Paysandú, sua cidade natal, 378 km ao noroeste de Montevidéu, Larrañaga, que contaria, segundo as pesquisas, com entre 29% e 32% das preferências eleitorais, declarou, sem dar detalhes: "Recebi notícias procedentes da capital que não me agradaram. Algumas expressões não são coerentes com a liberdade e a democracia, que são as características de convivência dos uruguaios".

"Pedimos tolerância e respeito", insistiu.

Por sua vez, Stirling, ao votar em Montevidéu, concordou no fato de que "devemos insistir na tolerância, pois um país sem tolerância é um país sem liberdade. Temos de mostrar respeito a nossos adversários", sentenciou. O candidato colorado recolhia nos estudos prévios de opinião apenas entre 8% e 12,5% das intenções de votos.

O atual presidente Jorge Batlle proclamou que "o povo uruguaio votará com liberdade absoluta e designará seus governantes como sempre".

Ao final da tarde, antes mesmo do fechamento das seções eleitorais, milhares de partidários da esquerda tomaram o centro de Montevidéu para comemorar antecipadamente a vitória de seu candidato.

Nas praças ao longo da 18 de Julho, a principal avenida da capital, uma festa foi improvisada, com muitas bandeiras e cartazes da Frente Ampla e de Tabaré Vázques.

A concentração popular maior aconteceu diante do Hotel Presidente, onde a FA e Vázquez montaram seu quartel-general à espera do anúncio dos rseultados.




Fonte: Agência AFP

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