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Politica Brasil
Sexta - 29 de Outubro de 2004 às 06:18
Por: Márcia Raquel

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O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) esteve ontem em Cuiabá participando das atividades de campanha do candidato Wilson Santos à prefeitura de Cuiabá. Em entrevista coletiva concedida no início da tarde, Santos, com o apoio do senador, rechaçou o programa eleitoral exibido pelo candidato adversário, Alexandre Cesar (PT), que mostrou trechos de um discurso de Wilson Santos, enquanto deputado estadual, elogiando João Arcanjo Ribeiro, acusado de ser o chefe do crime organizado em Mato Grosso.

“Eu vi o programa, aliás, programa não, um arremendo, uma coisa muito mal montada, maquiada, totalmente estranha. Não considero um programa, considero uma farsa, uma coisa armada e de má qualidade, diga-se de passagem”, defendeu-se o postulante ao afirmar que a atitude do PT foi um ato de irresponsabilidade e desespero.

No programa eleitoral exibido ontem a coligação “Amo Cuiabá” divulgou trechos de um discurso de Wilson Santos no qual ele se dizia favorável a legalização do jogo do bicho e fazia elogios a João Arcanjo Ribeiro. “O PT está querendo fazer um gol com a mão”, disse o senador amazonense, ao avaliar que o programa do PT foi um ato de desespero.

Segundo Wilson Santos, o PT deixou de mostrar no programa a parte em que ele defende que o jogo do bicho seja operado pelo Estado, assim como os demais jogos, a exemplo da Quina, da Sena e da Mega Sena. “E eu continuo defendendo. E o presidente Lula também defende a mesma coisa”, ressaltou. Ele apresentou a mensagem que o Governo Federal encaminhou ao Congresso Nacional em fevereiro de 2004, tratando sobre financiamento de esporte. “Ele defende a legalização dos jogos, dos bingos. Ele pensa rigorosamente como eu. Os bingos não podem continuar nas mãos de grupos regionais que se enriquecem e passam a praticar o crime organizado”, defendeu.

Wilson Santos ressaltou que o projeto que homenageou João Arcanjo com o título de comendador, em maio de 1998, foi de autoria de então deputado Paulo Moura (PP, na época PPB) e não foi aprovado em Plenário, apenas na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia, e que ele esteve presente na sessão cumprindo dever de parlamentar.

“Nunca tive uma relação pessoal com João Arcanjo Ribeiro e a Justiça de Mato Grosso, seja estadual ou federal, o Ministério Público, seja estadual ou federal, são minhas testemunhas. Estão aí com a operação “Arca de Noé” há quase dois anos e nunca acharam um documento meu, o meu nome nunca apareceu em nenhuma investigação”, enfatizou. Quanto aos elogios feitos ao comendador, Wilson afirmou que eles não tiveram importância. “O resto foi bobagem, foi recheio, não interessa”.

O ex-presidente da OAB, Ussiel Tavares, também participou da coletiva e deu seu testemunho em defesa de Wilson Santos. “Tenho acompanhado todo o processo e em nenhum momento o nome de Wilson foi citado”, assegurou.

Respaldado pelo senador Arthur Virgílio, Santos afirmou que quem tem ligação com o crime organizado no Brasil é o PT. O candidato sustentou sua acusação exibindo uma matéria produzida por um veículo de comunicação de circulação nacional que fala da relação de João Arcanjo Ribeiro com Valdomiro Diniz, ex-assessor do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT), no comando dos bingos no Distrito Federal.




Fonte: Diário de Cuiabá

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