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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 28 de Outubro de 2004 às 10:41

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As eleições presidenciais de 2 de novembro serão as primeiras realizadas nos EUA sob a síndrome do medo do terrorismo e da falta de segurança, algo até agora desconhecido para os eleitores locais.

Transcorreram três anos desde os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os EUA, e os traumáticos episódios já são parte da memória coletiva americana. Mas as eleições devolveram ao primeiro plano os atentados terroristas e fizeram da segurança um tema prioritário da campanha, que pode determinar o voto de muitos.

As pesquisas mostram que a economia é o tema citado com mais freqüência pelos eleitores como sua maior preocupação, seguida da guerra no Iraque e a guerra contra o terrorismo. Em discussão está qual candidato pode desenvolver uma melhor campanha contra o terrorismo e fazer dos Estados Unidos um país mais seguro, assim como qual é a política mais adequada para alcançar esse objetivo.

O presidente George W. Bush, candidato republicano à reeleição, aproveitou todas as ocasiões possíveis para se apresentar como o candidato que melhor pode levar segurança ao país. Seu adversário democrata, John Kerry, o acusa de apelar "ao voto do medo" e de, com a guerra no Iraque, ter desviado a atenção e os recursos que deviam ser destinados à luta contra o terrorismo.

Os republicanos repetiram até não poder mais que a guerra no Iraque era parte da luta contra o terrorismo, lançada depois dos atentados de 2001. Os democratas, por sua vez, insistiram que não foi provado o vínculo entre o regime iraquiano e a organização Al Qaeda, considerada responsável pelos ataques, e que a guerra contra o terrorismo não conseguiu a captura de Osama bin Laden.

Bush e seus correligionários sugerem que escolher Kerry como presidente tornará mais provável um novo ataque contra os Estados Unidos, enquanto o candidato democrata aproveitou deslizes do atual mandatário para responder a ele.

Um deles foi no domingo passado, quando Bush declarou em entrevista à rede de televisão Fox que não há dados que confirmem advertências anteriores do governo de que os terroristas planejam um ataque em grande escala antes das eleições.

Os terroristas pareciam ter em geral a intenção de atacar, disse Bush, que acrescentou que não queria "alarmar ninguém", porque "não há nada específico neste momento" e ainda não se sabe se o país será algum dia totalmente seguro, algo que, segundo ele, "está no ar".

A resposta de Kerry veio no mesmo dia em um ato político, no qual afirmou: "Se me elegerem presidente dos Estados Unidos, vamos ganhar a guerra contra o terror. Não estará no ar se fazemos ou não com que os Estados Unidos sejam seguros."

A exploração pelos republicanos da questão da segurança começou há meses, mas foi especialmente clara durante a convenção do partido realizada em Nova York. Nas filas democratas se criticou o fato de os republicanos terem escolhido Nova York para sua convenção e de o evento ter sido realizado a apenas poucos dias do terceiro aniversário dos ataques, quando normalmente é feito no início do verão local.

Os republicanos garantem que não pretendiam tirar proveito político dos fatos, como insistem seus detratores, mas na prática os atentados marcaram com força os debates.

Os diversos atos de protesto durante a convenção destacaram a oposição despertada em alguns setores pela política de Bush em relação ao terrorismo e à guerra no Iraque. Tais críticas partiram sobretudo de associações que consideram que muitos aspectos das novas leis sobre segurança atentam contra as liberdades individuais.

A poucos dias das eleições, o terrorismo continua sendo uma arma eleitoral, que se traduziu em um novo anúncio televisivo dos republicanos, no qual aparece uma matilha de lobos com uma voz de fundo que afirma: "A fraqueza atrai os que estão à espera de fazer dano aos Estados Unidos."




Fonte: EFE

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